Calor bate novo recorde global
Recorde histórico de temperatura é superado em meio a ondas de calor e incêndios florestais em várias regiões do mundo
O mundo enfrentou o dia mais quente já registrado, nesta segunda-feira, 22, superando o recorde estabelecido no dia anterior, domingo, 21. Segundo dados preliminares do serviço de monitoramento climático da União Europeia, a temperatura média global do ar na superfície atingiu 17,15°C, ultrapassando em 0,06°C o recorde anterior.
Segundo reportagem da Reuters, o aumento das temperaturas está associado a ondas de calor em todo o mundo e a incêndios florestais em regiões como o Mediterrâneo, Rússia e Canadá. Esses fenômenos têm causado grandes preocupações, especialmente porque as altas temperaturas se mantêm constantes. De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, que monitora essas estatísticas desde 1940, as temperaturas atuais são incomuns.
A média global de temperatura inclui dados do hemisfério sul, onde é inverno, o que ajuda a moderar um pouco o índice. No entanto, cientistas alertam que há possibilidade de novos recordes serem estabelecidos ontem, 23, ou nesta quarta-feira, 24. A última série de recordes de calor ocorreu em julho de 2023, quando quatro dias consecutivos, de 3 a 6 de julho, quebraram os recordes anteriores.
Influência do fenômeno El Niño
Diferente dos recordes de 2023 e 2016, o aumento de temperatura deste ano ocorre após a saída do padrão climático El Niño em abril, que geralmente causa aumento de temperatura devido às águas mais quentes do Pacífico Oriental.
Segundo Karsten Haustein, cientista climático da Universidade de Leipzig, é surpreendente que o recorde tenha sido quebrado novamente em uma fase “neutra” do El Niño-Oscilação do Sul, destacando a forte influência da mudança climática.
Calor Intenso na Ásia e América do Norte
Diversos países têm emitido alertas devido ao calor extremo. Na China, várias regiões registraram temperaturas superiores a 40°C, enquanto Taiwan se prepara para o impacto do tufão Gaemi, previsto para esta quarta-feira, com fábricas e mercados financeiros fechados.
O Japão também tem enfrentado temperaturas recordes durante todo o mês de julho, com alertas de insolação emitidos em 39 das 47 prefeituras do país.
Nos Estados Unidos, mais de 40 milhões de pessoas enfrentaram temperaturas perigosas na terça-feira, especialmente no oeste do país, onde incêndios florestais têm sido alimentados por ventos fortes e condições de seca.
Até mesmo o Ártico está sentindo os efeitos do calor, com Fairbanks, no Alasca, previsto para atingir 31°C nesta quarta-feira, e regiões do Ártico canadense, russo e norueguês registrando temperaturas mais de 9°C acima da média histórica.
O futuro do clima global
Carlo Buontempo, diretor do departamento de mudança climática do Copernicus, destacou que a diferença entre as temperaturas atuais e os recordes anteriores é alarmante. “Estamos em território desconhecido e, à medida que o clima esquenta, novos recordes certamente serão quebrados nos próximos meses e anos“, disse ele.
O observatório Copernicus observou que todos os meses desde junho de 2023 foram os mais quentes já registrados para seus respectivos meses. Alguns cientistas sugerem que 2024 pode superar 2023 como o ano mais quente já registrado, devido à combinação das mudanças climáticas e do fenômeno El Niño.
Contudo, o serviço europeu é cauteloso ao prever o futuro. “Embora 2024 esteja quente o suficiente para que o ano inteiro bata o recorde, o calor excepcional registrado nos últimos quatro meses de 2023 ainda torna cedo demais para prever com certeza“, afirmam os especialistas do Copernicus.
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