Falta de credibilidade fiscal derruba bolsa e leva dólar a R$ 5,58
Notícias de resistência de setores do governo aos cortes de gastos previstos para o ano que vem azedaram humor dos investidores
Rumores de que ala política do governo é contra possível corte de gastos para o ano que vem provocaram mais um dia de ruídos sobre a saúde fiscal brasileira e estresse para o mercado financeiro.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu 1,39%, aos 127,7 mil pontos, com apenas 4 das 86 ações que compõem o indicador em terreno positivo. Entre as principais influencias negativas para o índice, o destaque ficou com Vale (-0,94%), Eletrobras (-2,51%) e B3 S.A. (-2,79%).
Do lado positivo, WEG (+0,74%), Embraer (+1,48%), Petrobras (+0,12% ON; -0,18% PN) e RaiaDrogasil (+0,20%) formaram o time das únicas quatro a encerrar o dia com algum ganho.
O dólar disparou 1,8%, cotado a 5,58 reais, com impulso extra provocado pelas incertezas com os rumos das eleições americanas, e a falta de clareza no programa econômico de Donald Trump até o momento.
As discussões sobre as contas públicas, no entanto, pesaram sobre o real, que encerrou o dia com a segunda pior perfomance entre 23 divisas emergentes, atrás somente do peso chileno.
Os juros futuros subiram ao longo de todos os vencimentos, com os prazos intermediário avançando até 22 pontos bases e os longos entre 16 e 20 pontos base. O movimento nos vencimentos curtos devolveu a possibilidade de uma terceira alta da Selic ainda este ano, receio que havia desaparecido após Lula maneirar nas críticas aos cortes de gastos a algumas semanas.
O mercado ainda espera alguma indicação sobre os possíveis bloqueio e contigenciamente a serem anunciados na segunda-feira, 22, quando a equipe econômica deve apresentar a avaliação de despesas e receitas do terceiro bimestre deste ano.
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