Bolsonaro e Ramagem, juntos pela Prefeitura do Rio de Janeiro
"Vamos com tudo, Rio de Janeiro!!! Falar da cidade e dar força aos PERSEGUIDOS!", convoca Flávio Bolsonaro para atos de pré-campanha do ex-diretor-geral da Abin
O ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda na foto) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ, à direita na foto) anunciaram agenda pública para esta quinta-feira, 18, e a sexta-feira, 19, no Rio de Janeiro.
Protagonistas de uma reunião no Palácio do Planalto gravada por Ramagem, então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em agosto de 2020, para tratar do caso da rachadinha do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os dois promovem a pré-candidatura do deputado à Prefeitura do Rio.
Em vídeo compartilhado no perfil de Instagram de Flávio, os dois prometem discutir “os problemas do nosso município do Rio de Janeiro”, na Tijuca e no calçadão de Campo Grande, na Zona Oeste.
“Perseguidos”
“Olá, amigos do Rio de Janeiro. Nessa próxima quinta-feira, às 10h30, juntamente com Ramagem, estaremos na Praça Saens Peña, aí na Tijuca, para bater um papo contigo sobre o nosso município. No dia seguinte, no mesmo horário, às 10h30, no Calçadão de Campo Grande, também discutindo os nossos problemas, o nosso município do Rio de Janeiro. Compareça”, diz Bolsonaro na gravação.
O vídeo é acompanhado pela seguinte legenda: “Vamos com tudo, Rio de Janeiro!!!
Falar da cidade e dar força aos PERSEGUIDOS! Sua presença é essencial!”.
Abin Paralela
Os “perseguidos” retornaram ao noticiário policial nesta semana com a divulgação do áudio da reunião em que trataram, junto com o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Augusto Heleno, e duas advogadas de Flávio, de uma reação às investigações da Receita Federal sobre esquema de rachadinha do senador quando era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Ramagem depôs à Polícia Federal na quarta-feira, 17, por cerca de 7 horas no contexto do inquérito que investiga a Abin Paralela, por meio do qual foi exposto o conteúdo da reunião para blindar Flávio. As investigações apontaram trocas de mensagens entre uma rede de influenciadores para prejudicar a imagem de adversários do governo Bolsonaro. Quatro deles foram presos na semana passada.
Irritação
De acordo com as investigações da Polícia Federal, a Abin foi utilizada durante o governo Bolsonaro para favorecer filhos do ex-presidente, fazer ações de vigilância contra ministros do Supremo e políticos opositores. Entre os alvos de espionagem estariam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o deputado Kim Kataguiri (União-SP).
O vídeo divulgado por Bolsonaro e Ramagem na noite de quarta-feira, 17, afasta as especulações sobre a troca da candidatura do deputado no Rio de Janeiro e soa como resposta às notícias de que o ex-presidente ficou irritado com o fato de seu ex-diretor da Abin ter gravado a reunião sobre a rachadinha de Flávio. Segundo Ramagem, Bolsonaro sabia que a reunião estava sendo gravada.
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