Morre Romildo Magalhães, ex-governador do Acre
Um dos governadores mais controversos do Acre, Romildo Magalhães deixou um legado de acusações de corrupção
A trajetória política de Romildo Magalhães, marcada tanto por avanços em sua carreira quanto por eventos trágicos pessoais e acusações sérias, continua a ser um tópico de discussão intensa. Nas últimas semanas, sua condição de saúde se deteriorou significativamente, culminando em uma internação urgente devido a complicações sérias de diabetes.
O Palácio Rio Branco será o local onde amigos, familiares e apoiadores prestarão suas últimas homenagens a Magalhães desde as primeiras horas da manhã deste domingo. O ex-governador, que também enfrentou a perda de um filho de maneira trágica, teve uma carreira política que começou humildemente em sua cidade natal.
Qual foi a trajetória política de Romildo Magalhães?
Apesar de estudar apenas até a quarta série do fundamental, Magalhães se tornou uma figura influente em Feijó, onde foi eleito vereador três vezes e prefeito por duas vezes antes de ascender a cargos mais elevados. Em 1990, foi eleito vice-governador do Acre pelo extinto Partido Progressista Reformador (PPR), uma promoção que precedeu um dos eventos mais dramáticos de sua vida.
Como Romildo Magalhães tornou-se governador do Acre?
Magalhães assumiu o governo estadual em circunstâncias trágicas, após o assassinato de Edmundo Pinto, em 1992. Esse incidente, que muitos acreditavam ser um “queima de arquivo” relacionado a corrupção, acabou sendo classificado pela investigação policial como latrocínio. Durante sua gestão, Romildo enfrentou contratempos e tragédias pessoais, incluindo o assassinato de seu próprio filho, Romildo Magalhães Júnior, um evento que chocou e entristeceu a comunidade local.
Quais foram as controvérsias durante e após o mandato de Magalhães?
Além das tragédias pessoais, o mandato de Magalhães foi marcado por controvérsias sérias, incluindo alegações de conexão com o esquadrão da morte liderado por Hildebrando Pascoal, famoso pelo crime da motosserra. Após deixar o cargo, Magalhães e Pascoal foram eventualmente condenados por enriquecimento ilícito, resultando na ordem de devolverem quase R$ 2 milhões aos cofres públicos e na perda de direitos civis de Magalhães por oito anos.
No decorrer dos anos, a saúde de Magalhães foi cada vez mais afetada pelo diabetes, levando a múltiplas internações e, mais recentemente, à grave internação na UTI no final de 2023. O ex-governador teve seu estado de saúde agravado até culminar em um irreversível coma diabético, momento que levou a complicações que mais tarde resultariam em sua morte.
O legado de Romildo Magalhães, por mais complexo e controverso que seja, destaca a importância do debate sobre ética e responsabilidade na política brasileira, além de servir como um lembrete dos desafios que líderes públicos podem enfrentar, tanto pessoal quanto profissionalmente.
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