Netflix toma multa de de R$ 11 Milhões por práticas abusivas no Brasil
A Netflix foi multada em R$ 11 milhões pelo Procon de Minas Gerais por cláusulas abusivas nos contratos e termos de uso.
A Netflix sofreu uma penalidade significativa pelo Procon-MG por comportamentos inadequados nas cláusulas contratuais e nos seus termos de uso. O órgão mineiro atribuiu à empresa de streaming uma multa de R$ 11 milhões destacando várias práticas consideradas abusivas.
A investigação, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais, realçou a existência de publicidade enganosa, a aplicação de cláusulas que eximem a empresa de responsabilidades e a exigência de consentimento do consumidor para a divulgação ilimitada de seus dados pessoais, o que vai contra os princípios defendidos pelo Código de Defesa do Consumidor.
O que motivou a ação severa do Procon-MG contra a Netflix?
Uma das principais questões levantadas foi a extensão da liberdade que a Netflix assume em divulgar dados dos usuários sem obter o devido consentimento, aliada à pressão de cláusulas que protegem a empresa em detrimento do utilizador. Essas práticas originaram uma série de críticas e eventualmente culminaram na pesada multa imposta.
As cláusulas que causaram controvérsias
Dentre os pontos criticados, destaca-se a cláusula que isenta a Netflix de qualquer responsabilidade decorrente do uso dos seus serviços. Esta política contraria diretamente o Código de Defesa do Consumidor, que assegura a proteção e o direito de reparação em casos de serviço inadequado.
Negociações sem êxito
Além disso, em 2023, o Procon-MG tentou um acordo através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto para regularizar as práticas da empresa. Contudo, a Netflix decidiu não aceitar o acordo, o que intensificou as medidas regulatórias.
Impacto da nova política de cobrança por ponto extra
- Anunciado em maio de 2023, o novo sistema de cobrança por ponto adicional gerou mais uma controvérsia.
- Essa política estabelece que os serviços são pessoais e intransferíveis, circunscritos ao assinante e às pessoas que residem na mesma casa.
- Porém, o critério de “residência” pode ser interpretado de maneiras diferentes, como apontado pelo promotor Fernando Abreu. Uma única pessoa pode possuir mais de uma residência, o que criaria uma grande zona de incerteza sobre o que é considerado “uso pessoal”.
A decisão do Procon-MG destaca a necessidade de maior transparência e justiça nas relações entre empresas de streaming e consumidores. As práticas da Netflix agora estarão sob intensa observação, à medida que outros órgãos reguladores e consumidores analisam-se os termos revisados atendem aos requisitos legais e éticos. Enquanto isso, a comunidade aguarda um posicionamento oficial da Netflix a respeito das medidas que serão tomadas para alinhar suas operações às expectativas legais e do público.
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