Tuiuti insiste em “lacração” com novo samba-enredo
A escola é criticada por instrumentalizar a festa para promover agendas radicais e divisivas, alienando uma parte do público que busca no Carnaval uma forma de escapismo e celebração.
A escola Paraíso do Tuiuti divulgou a letra oficial do samba-enredo para o Carnaval 2025, continuando sua tradição de abordar temas ideológicos e panfletários que atraem a simpatia da esquerda.
O novo enredo retrata a história de Xica Manicongo, a “primeira travesti não indígena do Brasil”, e denuncia o preconceito e a morte de pessoas trans com versos como “eu travesti, estou no cruzo da esquina, pra enfrentar a chacina, que assim se faça.”
A composição, assinada por Claudio Russo e Gustavo Clarão, inclui referências políticas explícitas ao “cis tema”, trocadilho pedestre com “cis” e “sistema”, e à “terra plana”, uma rotulação preconceituosa genérica em relação à direita.
A letra do samba-enredo critica abertamente a mesma sociedade que abraça e promove o desfile das escolas. Trechos como “a bicha, invertida e vulgar, a voz que calou o ‘cis tema’, a bruxa do conservador” demonstra a intenção da escola de usar o desfile como plataforma para polarização política e acusações que demonizam espantalhos ideológicos criados pela esquerda.
A escola Tuiuti já é conhecida por suas escolhas ideológicas. Em 2018, a escola retratou o então presidente Michel Temer como um “vampiro neoliberal” em seu desfile.
A escola é criticada por instrumentalizar a festa para promover agendas radicais e divisivas, alienando uma parte do público que busca no Carnaval uma forma de escapismo e celebração.
O lançamento do samba-enredo será celebrado em uma grande festa no próximo dia 9 de agosto, na Cidade do Samba. A expectativa é de que o evento reforce ainda mais a posição do Tuiuti como uma das escolas mais politicamente esquerdistas do Carnaval carioca.
- Confira a letra do samba
Paraíso do Tuiuti 2025
Compositores: Claudio Russo e Gustavo Clarão
Só não venha me julgar Ô Ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar
Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão
Sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só
Eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro
Vim Da África Mãe Eh Oh
Mas se a vida é vã Eh Oh
Mumunha
Jimbanda me fiz
N Ganga é raiz
Eu pego o touro na unha
A bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o “Cis tema”
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na Jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo o meu povo vai gritar
Eu travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana,
Tenha consciência humana
Chica vive na fumaça
Eh! Pajubá!
Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê
É Mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (Pra Exu)
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