Joias sauditas: Bolsonaro pede acesso à delação de Mauro Cid
Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do caso das joias recebidas de presente pelo governo brasileiro
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitando acesso à íntegra da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid no caso das joias sauditas.
Na petição, os advogados do ex-presidente argumentam que “o constitucional exercício da ampla defesa somente será viabilizado caso seja franqueado o acesso aos autos de todos os feitos cujas informações ou provas tenham sido aproveitadas de algum modo nesta Petição, de modo a evitar-se que a proposital autuação de procedimentos em autos apartados escamoteie inquisitorialmente informações essenciais e criem a falsa percepção de observância”.
Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do caso das joias recebidas de presente pelo governo brasileiro, considerando que não havia mais motivo para mantê-lo após o relatório final da PF. Agora, cabe à PGR decidir se solicita mais provas, arquiva o caso ou apresenta uma denúncia.
Na última sexta-feira, 5, a PF protocolou no STF documentos referentes ao indiciamento do ex-presidente e de mais 11 pessoas. Bolsonaro é suspeito de associação criminosa, lavagem de dinheiro e peculato/apropriação de bem público.
Além de Bolsonaro, outros envolvidos incluem seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef. A decisão sobre a abertura de processo cabe agora à Justiça, dependendo da denúncia a ser apresentada pela PGR.
O relatório da Polícia Federal no inquérito da joias aponta que o comércio dos itens de luxo pode ter rendido R$ 6,8 milhões a Jair Bolsonaro.
Como mostramos, a PF alega que Bolsonaro teria usado o dinheiro da venda das joias sauditas para custear sua estadia nos Estados Unidos da América (EUA). Além disso, o inquérito aponta que o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, entregou US$ 25 mil (cerca de R$ 137,5 mil) ao ex-presidente.
“A investigação identificou que MAURO CESAR LOURENA CID, pai de MAURO CID, a época dos fatos, lotado na agência de APEX em Miami, recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal”, informou o relatório.
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