“Selva” – a mensagem de Bolsonaro sobre o leilão de joias
Investigações da PF apontam que Jair Bolsonaro respondeu com um jargão militar a um link de leilão online de um dos kits de joias
As investigações da Polícia Federal sobre as joias sauditas apontam que Jair Bolsonaro respondeu com um jargão militar a um link de leilão online de um dos kits extraviados da Presidência da República pelo ex-presidente da República.
A PF aponta que essa troca de mensagens seria uma das evidências de que Jair Bolsonaro sabia do suposto esquema de venda de presentes da Presidência da República.
Em 4 de fevereiro do ano passado, Mauro Cid mandou um link com a disponibilização do kit Chopard, com um relógio e canetas, em um leilão online por volta das 17h14. Vinte minutos depois, Bolsonaro responde com um “Selva”.
Em 27 de abril de 2009, o Jornal Nacional já havia explicado o sentido que a expressão passara a ter entre os militares: “Os mascotes do batalhão do Exército em São Gabriel da Cachoeira são duas onças. Hoje, elas vivem em cativeiro, mas, quando pequenas, andavam soltas pelo quartel. Esse contato estreito dos militares com a floresta fez surgir uma gíria: ‘Selva!’ é usado por soldados e majores como forma de cumprimento, interjeição. A expressão substitui ‘OK’, ‘Tudo bem”
No celular do ex-presidente da República também foram encontrados registros de navegação que mostram que Bolsonaro de fato abriu o link do leilão. Para a PF, isso demonstra que o ex-mandatário tinha determinado a venda do item nos Estados Unidos.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou a investigação da PF sobre as joias como “estranhamente direcionada” em manifestação publicada há pouco no X – antigo Twitter.
Como mostramos, nesta segunda-feira, 8 de julho, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, derrubou o sigilo da investigação e estamos revelando detalhes sobre o inquérito da Polícia Federal que embasou o pedido de indiciamento do ex-presidente.
Na manifestação, a defesa de Bolsonaro argumenta que desde março do ano passado o ex-presidente já havia decidido comparecer de forma espontânea às autoridades competentes para prestar esclarecimentos sobre a incorporação de bens considerados personalíssimos ao acervo pessoal do ex-mandatário.
Leia também: Bolsonaro tentou incorporar joias, diz PF
“A presente investigação – assim como as demais que colocam hodiernamente o ex-presidente como protagonista -, ressente-se, ainda, da evidente incompetência do STF e da inexistência de qualquer prevenção do ministro Alexandre de Moraes enquanto relator, aspecto sobre o qual a PGR, já em agosto de 2023, expressamente declinou da competência para a tramitação da apuração”, afirma a defesa do ex-presidente em nota divulgada no X, antigo Twitter, pelo advogado pessoal de Bolsonaro e ex-Secom, Fabio Wajngarten.
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