Crusoé: Do vaidoso Júpiter, só sobraram as sandálias em Macron
Presidente que queria comandar a França e influenciar a União Europeia, a Otan e o mundo perdeu quase todo seu capital político após eleições antecipadas do domingo
O presidente francês, Emmanuel Macron (foto), começou seu primeiro mandato, aos 39 anos, em 2017. Naquele ano, as comparações usadas pelo novo presidente, pela imprensa e pelos cientistas políticos para descrevê-lo davam a dimensão de sua ambição.
Ele era apresentado como “o mais jovem líder francês desde Napoleão Bonaparte“.
Seu primeiro discurso após a posse foi em frente à pirâmide de vidro do Louvre, um símbolo conhecido no mundo todo.
A música que tocou na ocasião foi Ode à Alegria, poema incluído por Beethoven em sua Nona Sinfonia, que virou o hino da União Europeia.
Macron criticava o presidente francês anterior, o socialista François Hollande, por ser “normal” e prometeu que faria uma presidência mais “jupiteriana“, em referência ao deus romano Júpiter (Zeus, na mitologia grega), a divindade suprema do Olimpo.
Nos encontros do G7 e da Otan, Macron se apressava para posar ao lado do presidente americano.
Nas reuniões da União Europeia, ele defendia a criação de uma Forças Armadas do bloco. Gostava de fazer dupla com a alemã Angela Merkel, que deixou o cargo de chanceler em 2021.
Macron ainda tentou se envolver em problemas de outros países, como quando viajou para o Líbano (que já foi governado pela França), em 2020, após a explosão no porto de Beirute.
Depois que o ditador russo Vladimir Putin iniciou a invasão da Ucrânia, em 2022, Macron correu para o Kremlin na esperança de que seria capaz de impedir a continuação da guerra, sem sucesso.
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