Confiar armas nucleares a Biden virou um risco? Confiar armas nucleares a Biden virou um risco?
O Antagonista

Confiar armas nucleares a Biden virou um risco?

avatar
Felipe Moura Brasil
4 minutos de leitura 04.07.2024 14:35 comentários
Mundo

Confiar armas nucleares a Biden virou um risco?

Revista britânica The Economist, outrora preocupada com o acesso de Trump aos códigos, agora lança dúvida sobre o candidato democrata à reeleição

avatar
Felipe Moura Brasil
4 minutos de leitura 04.07.2024 14:35 comentários 0
Confiar armas nucleares a Biden virou um risco?
Foto: RS via Fotospublicas

A revista britânica The Economist, na mesma matéria de capa intitulada “Não há como governar um país”, em que criticou a campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), por acobertar seu fiasco no debate de 27 de junho, levantou ainda a seguinte questão:

“Deveríamos confiar os códigos nucleares a alguém que não consegue terminar uma frase sobre o Medicare?”

Medicare é o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo dos EUA e destinado às pessoas de idade igual ou superior a 65 anos, ou que se enquadrem em certos critérios de rendimento.

“Apagão”

O maior “apagão” de Biden durante o primeiro debate de TV foi durante uma fala truncada sobre o tema, que ele não só demorou a concluir, como concluiu de modo sem sentido, falando em finalmente derrotar esse sistema:

“Seríamos capazes de ajudar a garantir que – todas as coisas que precisamos fazer, cuidar de crianças, cuidar de idosos, garantir que continuamos a fortalecer o nosso sistema de saúde, garantir que somos capazes de tornar cada pessoa solitária elegível para o que tenho conseguido fazer com a COVID… desculpe, em lidar com tudo o que temos que fazer… Olha, se… finalmente derrotarmos o Medicare.”

O candidato republicano Donald Trump aproveitou o flanco aberto:

“Bem, ele está certo: ele derrotou o Medicaid [programa de saúde social para famílias e indivíduos de baixa renda e recursos limitados]. Ele golpeou até matar. E ele está destruindo o Medicare, porque todas essas pessoas estão entrando, estão sendo colocadas no Medicare, estão sendo colocadas na Previdência Social. Eles vão destruir a Segurança Social. (…) Então ele estava certo na maneira como terminou aquela frase, e é uma pena.”

Os códigos nucleares

Curiosamente, em 12 de novembro de 2016, após a vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton na eleição presidencial, a preocupação da mesma revista The Economist era com o acesso de Trump aos códigos nucleares.

Dizia a matéria:

“Num ritual fora do alcance das câmeras no dia da tomada de posse, em janeiro, a ‘pasta nuclear’ da América mudará de mãos e o Presidente Donald Trump receberá um cartão, por vezes conhecido como ‘biscoito’. O cartão, que o identifica como comandante-em-chefe, contém os códigos nucleares que são usados ​​para autenticar uma ordem de lançamento de um ataque nuclear. Nessa altura, se assim o desejar, Trump poderá lançar qualquer um ou todos os 2.000 mísseis nucleares estratégicos da América.

Não há restrições constitucionais ao seu poder para fazê-lo. Mesmo que todos os seus conselheiros o aconselhem em sentido contrário, desde que seja claramente o presidente quem dá a ordem, a ordem deve ser cumprida. Não há freios e contrapesos no sistema. Além disso, uma vez dada a ordem, é provável que haja apenas uma questão de minutos para que ela possa ser rescindida. Uma vez que os mísseis estejam voando, eles não poderão ser chamados de volta ou desarmados.

Trump, pelo que disse, não assume esta responsabilidade levianamente. Na verdade, ele afirmou muitas vezes que acredita que as armas nucleares representam a maior ameaça para a humanidade e que não será um gatilho feliz, ‘como algumas pessoas podem pensar’. Mas, tal como os seus antecessores, ele não descarta a sua utilização.”

Sem bombardeios

Apesar do temor manifestado pela imprensa antes e depois da eleição de 2016, e dos relatos de que Trump chegou a discutir o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte, não houve em seu governo bombardeios como os das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945, que deixaram dezenas de milhares de mortos.

A questão é que os EUA confiaram seu destino a duas figuras que, por razões diferentes e a segmentos distintos — embora a interseção desses segmentos venha aumentando —, geram insegurança, dentro e fora do país.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

A folha, a árvore, a floresta e Jair Bolsonaro

Visualizar notícia
2

PF indicia Bolsonaro e mais 36 por tentativa de golpe de Estado

Visualizar notícia
3

Relação do Brasil com a China de Xi Jinping alcança um novo patamar

Visualizar notícia
4

Jaguar se rende à cultura woke e é alvo de críticas

Visualizar notícia
5

Toffoli remói a narrativa dos grampos de Youssef

Visualizar notícia
6

Kassab projeta Tarcísio presidente até 2030

Visualizar notícia
7

Cid implica Braga Netto para salvar delação premiada

Visualizar notícia
8

Moraes mantém delação premiada de Mauro Cid

Visualizar notícia
9

O papel dos indiciados em suposta tentativa de golpe de Estado

Visualizar notícia
10

Putin comenta lançamento de míssil e ameaça o Ocidente

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”

Visualizar notícia
2

Agora vai, Haddad?

Visualizar notícia
3

"Não faz sentido falar em anistia", diz Gilmar

Visualizar notícia
4

A novela do corte de gastos do governo Lula: afinal, sai ou não sai?

Visualizar notícia
5

Líder da Minoria sobre indiciamentos: "Narrativa fantasiosa de golpe"

Visualizar notícia
6

Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Visualizar notícia
7

Crusoé: Morales acusa governo boliviano à ONU de violar direitos humanos

Visualizar notícia
8

Papo Antagonista: Indiciamento de Bolsonaro e bolsonaristas

Visualizar notícia
9

Gonet foi contra prisão de Cid após depoimento a Moraes; militar foi liberado

Visualizar notícia
10

Cid implica Braga Netto para salvar delação premiada

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

armas nucleares Donald Trump eleições Joe Biden Medicare The Economist
< Notícia Anterior

ACM Neto lembra a Lula que União Brasil mudou de mãos

04.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Eleições no Reino Unido: o que esperar do trabalhista Keir Starmer?

04.07.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Felipe Moura Brasil

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Trump nomeia ex-procuradora da Flórida após desistência de Gaetz

Visualizar notícia
Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Fernández vai depor na Argentina sobre suposto episódio de violência doméstica

Visualizar notícia
Crusoé: Morales acusa governo boliviano à ONU de violar direitos humanos

Crusoé: Morales acusa governo boliviano à ONU de violar direitos humanos

Visualizar notícia
Peixe do Juízo final surpreende pesquisadores após reaparecer na California

Peixe do Juízo final surpreende pesquisadores após reaparecer na California

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.