A vice-presidente dos EUA Kamala Harris, que antes era vista por muitos como um possível fardo para os democratas, agora assume um papel central na campanha, com mais aparições públicas e matérias positivas na imprensa.

Recentemente, a companheira de chapa de Biden tem sido descrita como “arma secreta” de campanha em estados cruciais como Carolina do Norte. Sua visibilidade aumentou significativamente, especialmente após o debate. Uma pesquisa da Politico/Morning Consult do mês passado mostra Harris com uma avaliação favorável de 67% entre eleitores negros, superando Biden.

Muitos democratas, como o ex-deputado Tim Ryan e o deputado Lloyd Doggett, pedem abertamente que Harris substitua Biden na chapa presidencial, argumentando que ela é a melhor esperança para derrotar Donald Trump e energizar eleitores jovens e minorias.

Harris intensificou suas atividades de campanha, visitando estados como Nevada, Utah e Califórnia. Sua capacidade de mobilizar bases engajadas, especialmente entre jovens e eleitores negros, é vista como essencial para os democratas.

Após o debate, ela tem defendido Biden vigorosamente, destacando-se como uma voz forte em questões como a defesa da legalização do aborto.

Quem é Kamala Harris

Kamala Devi Harris é advogada e política norte-americana, atualmente servindo como a 49ª vice-presidente dos Estados Unidos. Nascida em Oakland, Califórnia, em 20 de outubro de 1964, Harris é filha de uma mãe indiana e um pai jamaicano. Formou-se em Ciências Políticas e Economia pela Universidade Howard e em Direito pela Faculdade de Direito Hastings da Universidade da Califórnia.

Antes de se tornar vice-presidente, Harris fez carreira como procuradora-geral da Califórnia de 2011 a 2017 e como senadora dos Estados Unidos pela Califórnia de 2017 a 2021. Em 2020, foi escolhida por Joe Biden como sua companheira de chapa na eleição presidencial, e juntos derrotaram Donald Trump e Mike Pence.

Kamala Harris enfrenta baixa popularidade, sendo considerada a vice-presidente mais impopular dos últimos 50 anos. Diversos fatores contribuem para essa percepção negativa.

Harris tem sido criticada por sua falta de visibilidade e impacto significativo em questões importantes. A vice-presidente parece estar “sem função” e pouco à vontade em seu papel, o que frustra as expectativas de que ela teria um papel proeminente.

A administração Biden/Harris enfrentou várias crises, como a pandemia de Covid-19, a retirada desastrosa das tropas do Afeganistão e a rejeição da reforma eleitoral. Essas situações contribuíram para a baixa popularidade tanto de Biden quanto de Harris.

Harris foi encarregada de lidar com a imigração ilegal na fronteira sul dos EUA, mas foi criticada por demorar a visitar a região e por suas declarações desastradas, como quando disse aos migrantes da América Central “não venham para os EUA”.

Relatos de um ambiente de trabalho tóxico em seu gabinete, com várias trocas de porta-vozes e diretores de comunicação, também prejudicaram sua imagem pública.

Harris foi construída como um ícone de representatividade, sendo a primeira mulher, negra e de origem indiana e jamaicana a ocupar a vice-presidência. No entanto, as expectativas elevadas não foram correspondidas, o que gerou decepção entre seus apoiadores.

Esses fatores combinados resultaram em uma baixa taxa de aprovação para Harris, com apenas 28% dos eleitores aprovando seu desempenho e 51% desaprovando, de acordo com uma pesquisa da USA Today/Suffolk University.