Uma agência da ONU está investigando acusações de que a Rússia invadiu a televisão ucraniana e exibiu imagens violentas da invasão do país em canais infantis, segundo um relatório.

A Ucrânia e outras nações europeias queixaram-se à União Internacional de Telecomunicações (UIT) – uma agência especializada da ONU responsável por assuntos relacionados com tecnologias de informação e comunicação – sobre a alegada interferência de satélite que afeta os serviços de navegação e programas de televisão.

A Ucrânia, na sua queixa à UIT de 3 de junho, registou pelo menos 11 casos de interferência nos últimos três meses, afetando dezenas de programas de televisão ucranianos, segundo o relatório.

A interferência da Rússia atingiu canais infantis e resultou na exibição de imagens violentas de guerra entre a programação regular.

O hacking bloqueou os sinais de GPS, pondo em perigo inclusive o controle do tráfego aéreo, de acordo com a UE num comunicado apresentado à UIT no início deste mês.

Autoridades em Kiev solicitaram ação da agência da ONU para “tomar todas as medidas possíveis para impedir as intervenções da Federação Russa”. Estas afirmações feitas por Kiev serão analisadas pela UIT esta semana.

Fontes familiarizadas com o caso disseram que os promotores do Tribunal Penal Internacional estão investigando os supostos ataques cibernéticos russos à infraestrutura civil ucraniana como possíveis crimes de guerra.

Se os ataques no ciberespaço estiverem realmente sendo investigados por procuradores internacionais, isso poderá levar à emissão de mandados de detenção, caso sejam recolhidas provas suficientes.

A investigação examina os ataques a infraestruturas que colocaram vidas em perigo ao interromperem o fornecimento de energia e água, cortarem ligações a equipes de emergência ou desligarem serviços móveis de dados que transmitem avisos de ataques aéreos, disse um responsável.

O último incidente de pirataria informática por parte de russas foi quando as transmissões televisivas ucranianas foram interrompidas pelas imagens do desfile do Dia da Vitória em Moscou, forçando os fornecedores ucranianos a mudar para um método de transmissão alternativo.