Crusoé: Feministas ignoram judias e muçulmanas do Oriente Médio
A ativista canadense Yasmine Mohammed critica a passividade das feministas ocidentais, que não se posicionam contra os radicais islâmicos por medo de serem rotuladas de islamofóbicas
A canadense Yasmine Mohammed (foto) criticou em conversa para o Crusoé Entrevistas desta semana a passividade das feministas do Ocidente que, segundo ela, não se importam com as agruras sofridas pelas mulheres muçulmanas e judias do Oriente Médio.
Segundo Yasmine, as feministas evitam se posicionar com medo de serem rotuladas de islamofóbicas. Segue um trecho da entrevista:
As feministas no Ocidente estão conscientes da situação das mulheres nos países de maioria muçulmana?
Isso é uma loucura. Especialmente com o movimento das mulheres pela liberdade no Irã. Elas estavam arriscando as próprias vidas diante da Guarda Revolucionária, tirando seus hijabs e queimando-os em grandes fogueiras. Essas mulheres estavam sendo presas e estupradas até a morte. Elas estavam sendo espancadas até a morte. Essas histórias estavam por toda parte. Elas estavam tentando fazer de tudo para terem suas vozes escutadas. E é um milagre que elas tenham conseguido fazer com que suas vozes saíssem do Irã. Não se escutam as vozes das mulheres em todos esses outros países por causa de quão totalitárias são as sociedades em que elas vivem. Mas, de alguma forma, essas mulheres iranianas foram capazes de expressar suas vozes. Uma vez que elas finalmente foram capazes de mostrar ao mundo como é viver em um regime islâmico, a gente deduziria que as feministas do mundo se uniriam para apoiá-las. Mas esse não foi o caso, infelizmente. Elas foram traídas pelas outras feministas que olharam para elas e disseram: “Ah, nós não queremos apoiá-las porque não queremos parecer islamofóbicas”. Elas estão mais dispostas a apoiar um regime islâmico que aterroriza as mulheres. Há tantas histórias que parecem quase inacreditáveis. O fato de que as mulheres não podem cantar. Elas não podem andar de bicicleta. Elas não podem pintar as unhas com esmalte. Mesmo as pequenas liberdades foram tiradas delas. Sem contar que elas, por estarem sob a tutela de um homem, não podem escolher quando sair de casa. Quando viajar, ir à escola, abrir uma conta bancária. Grandes coisas, pequenas coisas, todas as coisas. As meninas do Afeganistão não podem nem ir para os colégios. Elas não podem aprender a ler, não podem ser educadas. Todos os aspectos da liberdade de uma mulher foram tirados delas. E nós estávamos somente tentando mostrar ao mundo o aspecto físico disso. Estávamos apenas tentando mostrar a todos o hijab, algo que é tão fácil de entender. O hijab é a ponta do iceberg. É algo muito visual, tão físico, que não há como não entender. Mas de alguma forma o mundo não entendeu ou optou por não entender.
Leia mais aqui; assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)