Abuso de autoridade contra Júlio Lancellotti?
O Ministério Público de São Paulo atendeu a um pedido do Instituto Padre Ticão para investigar a conduta de Rubinho Nunes contra Lancellotti
O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) vai ser investigado pela Polícia Civil após tentar abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal sobre o padre Júlio Lancellotti. O inquérito vai apurar se houve abuso de autoridade por parte do parlamentar.
De acordo com informações divulgadas, o Ministério Público de São Paulo atendeu a um pedido do Instituto Padre Ticão para investigar a conduta de Nunes.
Essa movimentação sugere que a tentativa de instaurar a CPI poderia ultrapassar os limites do aceitável no comportamento de um parlamentar. Em resposta, Rubinho Nunes se defende, alegando que está amparado pela legalidade de suas ações.
CPI para investigar Lancellotti
Segundo reportagem do Estadão, o centro da investigação desdobra-se na tentativa do vereador de focar seus esforços em instituições filantrópicas e figuras públicas como Júlio Lancellotti.
A proposta inicial de Rubinho Nunes era investigar organizações não governamentais que recebem verbas da prefeitura paulista, sugerindo um desdobramento específico contra Lancellotti, conhecido por seu trabalho junto à população em situação de rua.
Após a tentativa de instauração da CPI, houve um bloqueio no processo por parte de outros líderes municipais, evidenciando divisões internas e disputas de poder. A resistência encontrada por Nunes reflete não apenas questionamentos sobre o mérito da CPI, mas também sobre a integridade e as motivações por trás de sua proposta.
Investigação da Arquidiocese de SP
A Arquidiocese de São Paulo anunciou que “a divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícias de um suposto novo abuso sexual envolvendo” o padre Júlio Lancellotti “requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade”.
Em nota assinada pelo padre Michelino Roberto, vigário episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, a instituição esclarece ainda que “não houve e não há arquivamento” da denúncia encaminhada sobre Lancellotti pela Presidência da Câmara Municipal de São Paulo.
A divulgação recente de um laudo que implicaria Lancellotti em um caso de abuso sexual agitou também a CPI que está em vias de ser instalada na Câmara Municipal de São Paulo. Os deputados decidem nesta terça-feira, 6, se a comissão parlamentar de inquérito criada para investigar a atuação de ONGs na Cracolândia — e do sacerdote — será tratada como prioridade.
“Serenidade e paz de espírito”
Na época, Lancellotti divulgou nota para dizer que recebeu “com serenidade e paz de espírito, a nota da Arquidiocese de São Paulo, publicada na presente data, informando que apura as acusações lançadas nos últimos dias“.
“Esclareço que as imputações surgidas recentemente — assim como aquelas que sobrevieram no passado — são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos”, segue sua mensagem.
Segundo o padre, “as acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua”.
Leia a íntegra da nota da Arquidiocese de SP:
“Diante das interpretações equivocadas e amplamente divulgadas na opinião pública sobre a Nota de Esclarecimento da Arquidiocese de São Paulo, publicada no dia 23 de janeiro de 2024, a respeito da denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti, recebida da Presidência da Câmara Municipal de São Paulo no dia 22 do mesmo mês, esclarecemos o seguinte:
- Não houve e não há arquivamento dessa atual denúncia e a Arquidiocese segue atenta aos ulteriores elementos sobre os fatos denunciados e a toda investigação séria, fazendo o que lhe comete conforme a norma da Igreja e investigando o caso na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade.
- O arquivamento mencionado naquela nota referia-se ao procedimento investigativo realizado pela Cúria Metropolitana em 2020. É o que já se dizia na mesma nota de 23 de janeiro.
- A recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios e a notícias de um suposto novo abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade.”
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