O Brasil ficou mais burro e está a caminho de se tornar mais pobre
Pesquisa do Instituto Reuters indica que 47% dos brasileiros relutam em acompanhar o noticiário cotidianamente, porque isso faz com que se sintam "ansiosos e impotentes"
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Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 17, pelo Instituto Reuters indica que 47% dos brasileiros relutam em acompanhar o noticiário cotidianamente, porque isso faz com que se sintam “ansiosos e impotentes”.
Se você continua aqui, é sinal que aguenta o tranco. Então, lá vai.
Leio na Folha de S.Paulo que o país só cumpriu 4 das 20 metas do Plano Nacional de Educação (PNE) traçado para o decênio 2014-2024.
Vejo também que sem um salto extraordinário em produtividade, que só pode ser obtido com melhora consistente na educação, o Brasil tende a empobrecer nos próximos 20 anos.
O balanço sobre o PNE foi feito pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. As metas só foram atingidas em alguns aspectos da educação profissionalizante, do acesso ao ensino superior e na formação de professores. No restante, evolução muito mais lenta do que a necessária.
Brasil se distancia da meta
O mais alarmante é que, nos últimos anos, o Brasil conseguiu se distanciar da meta em dois indicadores básicos: universalização do acesso ao ensino fundamental para crianças de 6 a 14 anos e redução nos números do analfabetismo.
No primeiro caso, a taxa de acesso chegou a 98% em 2020, mas retrocedeu com a pandemia e, ao final de 2023, encontrava-se em 95,7%. Pretendia-se chegar aos 100% ao final de 2024.
No segundo, houve retrocesso no número de cidadãos que se diziam alfabetizados entre 2021, ponto mais alto da série, e o final de 2023: a taxa caiu de 95% para 94,6%, sendo que a meta, mais uma vez, era chegar aos 100% ao final deste ano.
Sem progresso
É importante lembrar que Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf), criado em 2001 pela Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, mostra que a proporção de pessoas entre 15 e 64 que só conseguem ler, escrever e fazer contas em nível rudimentar se manteve estável, em torno de 12% na população brasileira, ao longo das últimas duas décadas. Ou seja, não há progresso.
Combine-se agora o fiasco na educação com o imperativo de incrementar a produtividade no Brasil, para que a economia do país continue crescendo enquanto sua população ativa envelhece e encolhe.
Escolaridade é um dos componentes-chave da produtividade. O preparo das pessoas que chegam ao mercado de trabalho tem, sim, melhorado ao longo das décadas. Segundo declaração do economista Fernando Veloso à Folha, na medida em que houve algum avanço na produtividade, a formação dos trabalhadores contribuiu.
“Se näo fosse a educação, com todos os seus problemas, o resultado teria sido muito pior”, disse Veloso ao jornal.
O resultado é péssimo
Acontece que o resultado a que o economista se refere é péssimo: a produtividade cresceu apenas 0,3% ao ano no Brasil entre 2010 e 2023, sendo que a maior contribuição, como é bem sabido, veio do agronegócio, com 5,8% de melhora anual.
Neste ano, o governo Lula terá de apresentar um novo Plano Nacional de Educação. Embora não seja o único responsável pelos resultados ruins, precisa ser confrontado com eles e mostrar-se capaz de enfrentar o problema. O ano vai pela metade e o governo ainda não se mexeu.
Além disso, estão no horizonte as eleições deste ano e de 2026. Nenhum político que não trate a educação como prioridade máxima, para além das frases feitas e das soluções mágicas que nunca dão certo, deveria ser tratado com desprezo e nem sequer considerado como opção para as urnas.
O Brasil ficou mais burro e está a caminho de se tornar mais pobre. Pode ficar deprimido.
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Comentários (9)
CLAUDIO NAVES
2024-06-21 14:56:12Esse é o governo PT !
Paulo Lasta
2024-06-21 09:16:51somos culpados, pelos politicos de estimaçao, agora com 4.600.000,00, pra campanha . A CONTA NAO FECHA, MAIS CONFISCO. MAIS DEFICIT, ESSA GRANA TODA QUEIMANDO NA MAO DA POLITICADA. TEMOS QUE SER ESTUDADOS.
Maglu Oliveira
2024-06-20 08:44:51Mudar a educação com esses analfabetos funcionais que nos governam? NUNCA! Eles não têm o menor interesse em "matar" as galinhas dos ovos de ouro que os elegem. Nós, povo menos analfabeto, deveríamos lutar para que o voto deixe de ser obrigatório e que os eleitores precisem ter ao menos a 4a. série do curso fundamental. Enquanto tivermos os semi-analfabetos como maioria, esquerda e direita, vamos ter a escória da sociedade sendo eleita e destruindo tudo que levamos dezenas de anos para construir. Impeachment pro Lula, cadeia pro Bolsonaro!!!
Paulo Pires
2024-06-18 14:57:56Acho que poucos entenderam que esse é o projeto de poder da petralhada: brasileiros mais burros e pobres são mais fáceis de dominar!
Claudemir Silvestre
2024-06-17 19:35:03É o governo do amor 🧡. … para que investir em educação, quando temos um presidente ignorante e analfabeto ??🤷🏻🤷🏻🤷🏻
Um_velho_na_janela
2024-06-17 18:42:20A deficiência na educação não é falha, é projeto populista, senão onde vão arrumar votos?
Marcia Elizabeth Brunetti
2024-06-17 17:57:30Para quê educação? Basta amor....
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
2024-06-17 17:16:21👏👏👏👏👏👏👏👏
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2024-06-17 13:54:01É ISSO QUE OS POLÍTICOS QUEREM: POVO BHURRO TROCA VOTO POR APITO, PASSA FOME MAS GLORIFICA OS CORRUPTOS. ESSA É A IMAGEM REAL DO BRASIL.