O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio, desafiou o presidente Lula (PT) a aumentar a pena para estupradores.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar rebateu as críticas do petista ao projeto, após Lula chamar o projeto discutido na Câmara de “insanidade”.

“Para mim, o estuprador tem de pagar uma pena de 30 anos de cadeia. Eu quero ver se o teu partido aqui vai defender aumento de pena de 30 anos para estupradores. Eu estarei lá defendendo. Quero ver a ‘petezada’, o PSol, a ‘esquerdalha’ toda”, afirmou Sóstenes Cavalcante.

“Aliás, nós estamos aqui discutindo isso aqui, porque há uma DPF do Psol, que é um puxadinho do PT, que está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou continuar fazendo o aborto até o sexto, sétimo, oitavo, nono mês com a sistolia, que é uma injeção que dá no coração do bebê para levar ele a um infarto fulminante”, acrescentou.

“Eu quero te fazer um desafio: coloca lá a sua bancada do PT, a sua base de governo, para votar para a gente colocar pena de estuprador de 30 anos. Está feito o desafio, Lula. Te espero na Câmara”, completou.

Segundo o deputado, Lula “nunca foi contra o aborto”.

“Você nunca foi contra o aborto. É só para tentar enganar e fazer cartinha a evangélicos em época de eleição e agora para disfarçar.”

A pena prevista para estupro no Brasil é de seis a dez anos de prisão.

Lula e o PL do Aborto

Lula afirmou no sábado, 15, considerar uma “insanidade” punir uma mulher estuprada que comete o aborto com uma pena maior do que a do estuprador.

Ele tratou do tema em coletiva de imprensa na Itália, onde participou de agenda na Cúpula do G7. A declaração foi feita depois que a base governista se absteve da discussão da Câmara que aprovou um requerimento de urgência para acelerar a tramitação da matéria.

Questionado sobre sua posição a respeito do projeto que trata do aborto na Câmara, Lula afirmou:

“Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso. Sinceramente, à distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil, quando voltar vou tomar ciência disso, tenho certeza do que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima. Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima precisa ser punida com mais rigor que o estuprador, não é sério.”

Leia também:

A confusão sobre aborto e estupro