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Orlando Tosetto na Crusoé: Um apelo, em nome de todos os orizófagos do país

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 14.06.2024 15:57 comentários
Opinião

Orlando Tosetto na Crusoé: Um apelo, em nome de todos os orizófagos do país

Pra que correr mais riscos com esses leilões, com essas leilonas? Telefona lá. É mais rápido e, se a lábia for boa, até mais barato

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Orlando Tosetto na Crusoé: Um apelo, em nome de todos os orizófagos do país
Foto: KCNA

Eu não lembro muito bem – sou velho, como o amigo sabe – quem foi que gravou a canção que dizia querer paz e arroz, pois o amor, que também é bom, vem depois. Será que foi o Jorge, antes Ben, ora Benjor? Decerto. Não julgo nem o valor, nem a verdade dos versos, veja bem; eu também gosto de paz, de arroz e de amor, juntos ou separados (tudo junto, claro, é melhor). Se, entretanto, eu tiver que escolher uma ordem de chegada, ou de entrada desses fatores, escolho o amor primeiro, o arroz em seguida, e a paz de sobremesa. Porque é melhor amar antes de jantar, e ter sossego depois da janta.

Em todo caso, arroz é comigo. Sou adepto do arroz-doce, que eu gosto, como o turco Nacib, com cravo e canela. Gosto dele nos sushis, nos temakis, nos oniguiris, em forma de yakimeshi, e até do macarrãozinho que se faz de sua farinha, o bifum. Idem quanto ao arroz que chamam à grega, e o de forno; e, sendo neto de oriundi, também sou muito partidário dos risotos. Se pudesse, aliás, eu noivava com a paella. E sou fã do grão na canja, da qual a velhice vem me fazendo cada dia mais amigo. Por fim, não rejeito aqueles dois dedinhos da cachacinha de arroz. Já vê o amigo que o grão é parte importante da minha dieta e, pois, da minha vida.

Por tudo isso, é natural que eu tenha acompanhado com o maior interesse não a paz nem o amor (esses ficam para depois), mas sim as peripécias do arroz no Governo atualesse Governo da Democracia, da paz, do amor, e agora também do branco e nutritivo grão. É que o arroz anda ou logo andará em falta, visto que seu grande produtor nacional, o Rio Grande do Sul, graças à tragédia recente, teve perdas grandes na safra orizícola (é esse o adjetivo referente à cultura do arroz: orizícola; já quem come arroz é, por sua vez, chamado de orizófago).

Ora, como vai faltar o arroz, o Governo — que, como nos versos imortais de outra canção, esta do Bezerra da Silva, não vacila, não cai nem escorrega, não dorme nem cochila — entendeu ser sua responsabilidade proteger o consumidor e meteu suas muitas mãos e ainda mais dedos à obra de prover os orizófagos da nação de bom estoque do grão: decidiu comandar ele mesmo, Governão batuta, Governão ligeirinho, a importação do arroz necessário ao complemento da safra quebrada.

Fiquei, portanto, aflito de saber que deu muito errado a licitação ou, sei lá, o leilão que o Governo, valendo-se de sua amiga do peito, a Conab (Companhia Nacional de Distribuição, se não me engano de acrônimo), fez para receber propostas de empresas dispostas a importar e lhe revender o arroz.

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