As confusões envolvendo a tentativa de compensação da desoneração da folha de pagamentos e municípios menores e o enfraquecimento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm se refletido no câmbio. Nesta quarta-feira, 12, a moeda americana registrou a quarta alta consecutiva e voltou ao patamar de 5,40 reais, nível visto pela última vez no dia 4 de janeiro de 2023.

Apesar da disparada dos juros futuros , que avançaram até 30 pontos base nos vencimentos mais longos durante a sessão, a moeda brasileira voltou a sofrer após uma mensagem de Lula no X, antigo Twitter, indicar que o petista está contando com corte nos juros para ajuste fiscal. “O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público“, afirmou o presidente.

Nos últimos 30 dias, a divisa americana avançou cerca de 0,25 real contra brasileira, passando de 5,16 reais no dia 13 do mês passado para 5,40 reais agora. No ano, a moeda nacional é a segunda que mais se desvalorizou contra a americana em uma cesta com 23 emergentes, atrás apenas do peso argentino. O dólar avançou 10,17% contra o real enquanto subiu 10,34% contra o dinheiro dos hermanos.

Em uma demonstração importante de como o cenário interno tem prejudicado a moeda brasileira. Na sessão desta quarta-feira, o real foi uma das cinco divisas emergentes a perder espaço contra o dólar na mesa cesta de emergentes, ao lado do peso mexicano e do peso colombiano.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, também tem reagido mal ao cenário de deterioração da percepção fiscal e voltou a cair. No fechamento desta quarta-feira, 12, o indicador encerrou as negociações em queda de 1,40%, aos 119,9 mil pontos, pior patamar desde novembro do ano passado. No ano, o recuo está em 10,62%.