Ex-reféns e vizinhos confirmam “jornalista” como captor afiliado ao Hamas
Envolvimento de Aljamal no cativeiro de reféns do Hamas já era confirmado pelo porta-voz das FDI, Daniel Hagari, ainda no domingo, 9
Os reféns liberados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em sábado, 8 de junho, identificaram o “jornalista” palestino Abdallah Aljamal (foto) como captor afiliado ao Hamas. A afirmação também é endossada por vizinhos de Aljamal.
A informação é do jornal americano The Wall Street Journal, publicada na terça-feira, 11 de junho.
“As forças de segurança israelenses e os reféns identificaram o ‘jornalista’ palestino Abdallah Aljamal, que morava no apartamento, como um de seus captores. Abdallah e seu pai, Ahmad Aljamal – um médico e imã em uma mesquita local administrada pelo Hamas -, foram mortos durante a operação. Seus vizinhos disseram que sempre souberam que Abdallah Aljamal era afiliado ao Hamas”, diz o jornal.
O envolvimento de Aljamal no cativeiro de reféns do Hamas já era confirmado pelo porta-voz das FDI, Daniel Hagari, ainda no domingo, 9.
“Após verificações das FDI e do Shin Bet, pode-se confirmar que Abdullah Aljamal era um agente da organização terrorista Hamas, que manteve os sequestrados Almog Meir, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv na casa de sua família em Nuseirat.
A família de Abdullah Aljamal manteve reféns em cativeiro juntamente com seus familiares. Esta é mais uma prova de que a organização terrorista Hamas utiliza a população civil como escudo humano.
As forças de segurança continuarão a actuar em todos os esforços para recuperar os reféns”, diz a nota de Hagari.
A reportagem do Journal publicada nesta terça também trouxe mais detalhes sobre o cativeiro dos reféns resgatados no final de semana.
“O único contacto deles com o mundo exterior vinha dos guardas que lhes traziam comida e por vezes abusavam deles. Eles podiam ouvir a família de Gaza que morava no andar de baixo, incluindo crianças, mas nunca os conheceram. Um dia, quando a família saiu, eles puderam descer para usar a cozinha.
Seus captores distribuíam punições caso os cativos não seguissem suas regras estritas, incluindo trancá-los no banheiro e empilhar cobertores sobre eles durante o tempo quente. Eles repetidamente ameaçaram matá-los.
Os reféns jogavam cartas, estudavam árabe, ensinavam hebraico ou russo uns aos outros e marcavam o tempo em diários. Os três se tornaram amigos íntimos e foi esse vínculo que os ajudou nessa provação”, diz o jornal americano.
Quem era Aljamal?
Morto na operação de resgate dos reféns no sábado, Aljamal já foi porta-voz do “Ministério do Trabalho de Gaza”, uma das fachadas do governo do Hamas.
Uma minibiografia do “repórter e fotojornalista” com a logo da Al-Jazeera ainda rendeu a alegação de que Aljamal também trabalhava para a emissora de TV Al-Jazeera, do Catar, país que hospeda líderes do Hamas.
Em 7 de outubro, dia do massacre cometido pelo Hamas em Israel com 1200 assassinatos e 239 sequestros (alguns dos quais, depois se descobriu, eram só de corpos de pessoas também assassinadas), Aljamal postou um agradecimento em tom de celebração:
“Louvado seja Deus, muito obrigado, bom e abençoado.
Oh Deus, retribua.
Oh Deus, retribua.
Oh Deus, retribua.
Oh Deus, sua vitória prometida.
Oh Alá, aceite, aceite.
Sua vitória, oh Deus.”
Al Jazeera nega vínculo com Aljamal
A Al Jazeera publicou, em sua conta oficial de relações públicas no X, uma nota para tentar se descolar do “jornalista” Abdallah Aljamal, apontado pelas Forças de Defesa de Israel no domingo, 9, como um agente do Hamas que manteve em cativeiro três dos quatro reféns resgatados no sábado, 8.
A emissora de TV do Catar, país que hospeda terroristas do grupo, referiu-se às pessoas sequestradas em território israelense em 7 de outubro de 2023 e levadas para a Faixa de Gaza como “prisioneiros”, buscando traçar uma equivalência com os prisioneiros palestinos em Israel, detidos e/ou condenados pelo cometimento de crimes.
“A conta X do Ministério da Defesa de Israel e alguns sites israelenses citaram o nome de um jornalista palestino de Gaza chamado Abdallah Aljamal e afirmaram que ele trabalha com a Al-Jazeera e que seu nome estava ligado ao que aconteceu na libertação de quatro prisioneiros pelo exército israelense no centro da Faixa de Gaza no sábado.
A Al Jazeera Media Network confirma que Abdallah Aljamal nunca trabalhou com a rede, mas contribuiu para um artigo de opinião em 2019, e que estas alegações são completamente infundadas.
A rede sublinha também que estas alegações são uma continuação do processo de calúnia e desinformação que visa prejudicar a reputação, o profissionalismo e a independência da Al Jazeera.
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