Investidores reagem à explicação de trapalhada de Haddad
Rumores de que Haddad teria indicado uma necessidade de cortes de despesas da ordem de 40 bilhões de reais fizeram o dólar e os juros dispararem
A semana começa com a reação dos mercados à tentativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de acalmar a Faria Lima. Na sexta-feira, 7, rumores circularam nas mesas de operações de corretoras e banco indicando que o ministro teria indicado que há pressão sobre os gastos relacionados à Previdência e que a equipe econômica tem estudo para conter as despesas obrigatórias. No entanto, Lula poderia não concordar.
A fala ainda apontaria a necessidade de cortes da ordem de 40 bilhões de reais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e que, se o presidente não aceitasse, Haddad pediria para sair. A conversa teria acontecido durante encontro do ministro a portas fechadas com o CEO do Santander, Mario Roberto Opice Leão, e outros convidados da instituição financeira.
A reação do mercado ainda durante a sessão foi sentida na disparada de juros futuros e do dólar, que fechou em 5,345 reais – maior patamar desde 5 de janeiro de 2023. Após o fechamento da sessão, Haddad chamou os jornalistas para explicar o ocorrido e disse que a conversa foi sobre a possibilidade de contingenciamento, caso as despesas obrigatórias crescessem acima do previsto.
“Não entendi”
“Falei que sim”, garantiu Haddad. “Não entendi a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa a respeito do que eu disse”, completou o ministro. A sessão desta segunda-feira, 10, deve deixar claro se a explicação convenceu ou não os investidores.
O ministro, no entanto, ainda tem mais dificuldades para tratar na agenda. Nesta terça-feira, 11, Haddad tem reunião marcada com líderes parlamentares para tratar da regulamentação da reforma tributária. O encontro ocorre em meio a fortes críticas do setor produtivo à MP (Medida Provisória) 1227, que limita a utilização de crédito do PIS e Cofins.
Na semana passada, logo após a apresentação da medida, uma coligação com 27 frentes parlamentares divulgaram nota criticando a proposta e pressionando o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, a devolver a MP ao Executivo.
Combustíveis
Além disso, representantes de postos fizeram circular ainda na sexta-feira, 7, que os combustíveis devem sofrer aumento de até 10 centavos por litro em função da alteração provocada nas contas das empresas com as novas regras.
Na agenda econômica, os investidores ainda acompanham os números do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) na terça-feira, 11, e a decisão sobre juros nos Estados Unidos no dia seguinte.
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