Marinho vai ao TCU contra desvio de função na Polícia Federal
O líder da oposição no Senado denuncia que a designação do delegado Thiago Rezende pode estar ligada a pressões políticas
O senador Rogério Marinho (PL-RN) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a suspensão imediata da designação do delegado Thiago Severo de Rezende como Oficial de Ligação junto à Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), em Haia.
Em representação encaminhada à Corte de Contas, o líder da oposição no Senado denuncia que a designação pode estar ligada a pressões políticas e a uma mudança repentina no entendimento de um inquérito que envolve familiares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador destaca que o delegado inicialmente responsável pelo inquérito que investigava suposta hostilização aos familiares de Moraes, Hiroshi de Araújo Sakaki, não indiciou os integrantes da família Mantovani, em razão de norma interna e por considerar o crime de menor potencial ofensivo.
No entanto, após sua substituição por Thiago Severo de Rezende, houve um novo relatório indiciando os familiares por crimes contra a honra com agravante. Rogério Marinho sugere que a designação de Rezende para a Europol foi, portanto, uma forma de assegurar um relatório favorável ao entendimento de autoridades influentes.
A representação destaca o apoio público a Moraes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro Flávio Dino, do STF, o que poderia ter influenciado a mudança de postura da Polícia Federal e de seu diretor-geral, Andrei Passos.
Neste contexto, o líder da oposição compreende que a designação de Thiago Severo à Europol não respeitou os princípios da impessoalidade e da moralidade, ja realizada em desvio de finalidade.
“Todos esses acontecimentos, fartamente provados, indicam a violação dos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade, além da falta de coerência lógica na condução dessa investigação, que coloca em risco a credibilidade da instituição Polícia Federal”, argumenta o senador na representação.
Além da suspensão da designação de Thiago Severo de Rezende, o senador solicita ao TCU uma auditoria completa na gestão do Departamento de Polícia Federal (DPF) para garantir a transparência e a moralidade administrativa.
Rogério Marinho acredita que a medida é necessária para assegurar que as ações da Polícia Federal não sejam influenciadas por interesses políticos e que a integridade das instituições públicas seja mantida.
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