Leptospirose contabiliza 15 mortes no Rio Grande do Sul
Além das mortes, a leptospirose já registrou um total de 3.658 casos no estado, dos quais 242 foram confirmados
O número de mortes causadas pela leptospirose no estado do Rio Grande do Sul subiu para 15, de acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Saúde estadual nesta quarta-feira, 5. Além disso, outras quatro mortes estão sendo investigadas pelas autoridades de saúde.
A doença já registrou um total de 3.658 casos no estado, dos quais 242 já foram confirmados. Projeções da Secretaria de Saúde indicam que o número de casos pode chegar a 1.600 devido à exposição à água contaminada, principalmente por urina de ratos, durante as enchentes que atingiram a região desde o final de abril.
O número estimado pelo Ministério da Saúde é quatro vezes maior do que a quantidade de casos registrados em todo o ano passado, que foi de apenas 400.
Cidades mais afetadas pela leptospirose
Entre os municípios mais afetados pela leptospirose, Porto Alegre lidera com 1.036 casos notificados, seguida por Canoas e Sapucaia do Sul, com 258 e 179 notificações, respectivamente, divulgou reportagem da Folha de S. Paulo.
Até o momento, todas as 15 vítimas confirmadas são homens. Dois estão na faixa etária entre 30 e 39 anos, outros dois têm entre 40 e 49 anos, oito estão na faixa etária entre 50 e 59 anos e três têm entre 60 e 69 anos.
Recentemente, uma das vítimas foi um homem de 51 anos, residente em Novo Hamburgo, que tinha histórico de exposição às águas das enchentes. Ele apresentou sintomas como náusea, vômitos, dor muscular e ausência de apetite a partir do dia 13 de maio. Infelizmente, ele veio a falecer no dia 30 de maio.
Outra morte confirmada nesta quarta-feira foi a de um homem de 50 anos, residente em Igrejinha, também exposto às águas das enchentes. Ele apresentou sintomas como sensação de febre, náusea, vômitos, calafrios, dor muscular e ausência de apetite a partir do dia 16 de maio. Ele faleceu em 26 de maio.
O que é a leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria leptospira, que geralmente é adquirida pelo contato com água ou solo contaminados.
O período de incubação da doença varia de um a 30 dias, sendo mais comum entre sete e 14 dias após o contato inicial.
Na fase inicial da doença, os pacientes podem apresentar sintomas como febre igual ou superior a 38 °C, dor na região lombar ou na panturrilha e conjuntivite.
Já os sinais de alerta para casos mais graves podem surgir a partir da segunda semana da infecção e incluem sintomas como tosse, hemorragias ou insuficiência renal.
É importante ressaltar que a leptospirose pode ser letal, com uma taxa de mortalidade que chega a 40% nos casos mais graves.
Situação no Rio Grande do Sul
Além das mortes causadas pela doença, as enchentes também já resultaram em 172 óbitos no estado do Rio Grande do Sul.
Há ainda 41 pessoas desaparecidas, mais de 572.781 desalojados e 37,8 mil pessoas em abrigos. Vale destacar que o pico foi registrado em 12 de maio, quando 81,2 mil pessoas estavam em abrigos.
Essa quantidade de desalojados é maior do que a população de 451 cidades do estado, que possui um total de 497 municípios, ou seja, representa aproximadamente 90% das cidades gaúchas.
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