Um incidente preocupante aconteceu na última quinta-feira (30), na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. Mais de 20 motoristas de aplicativo foram feitos reféns após aceitarem chamadas que pareciam ser de passageiros comuns. A realidade que os aguardava era outra: uma cilada armada por traficantes locais.

Os motoristas foram atraídos singularmente para o mesmo destino, Rua Magno Martins, pensando que buscariam clientes. Contudo, ao chegarem no local, foram surpreendidos por criminosos armados do Morro do Dendê. O que se seguiu foi uma noite de tensão e medo.

Como ocorreu o sequestro dos motoristas?

De acordo com relatos, após serem rendidos, os motoristas foram obrigados a realizar pagamentos em dinheiro e via PIX aos seus captores para que pudessem ser liberados. Essa extorsão descarada reflete a audácia dos criminosos da região, que impõem regras restritas de circulação pela área.

Quais as exigências dos criminosos?

Um dos motoristas, que optou por não se identificar, revelou que há uma taxa semanal de R$ 60 para os moradores locais circularem pela região. “Anotaram a placa dos nossos carros e nos ameaçaram. Disseram que se me pegarem de novo vão punir com tiros e humilhação”, compartilhou a vítima assustada.

O que dizem as autoridades?

O incidente foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia (DP) da Ilha do Governador, onde onze motoristas prestaram depoimento. A polícia já identificou sete envolvidos no crime e duas pessoas estão presas. Uma investigação mais ampla revelou que cerca de 300 motoristas são extorquidos semanalmente, gerando aos criminosos um lucro de aproximadamente R$ 60 mil por mês.

Além disso, as empresas de aplicativos de transporte estão atuando em conjunto com a polícia. O aplicativo contém um botão de “Ligar para a polícia” que pode ser utilizado em situações de emergência. A empresa 99 afirmou estar investigando o incidente e expressou total apoio às autoridades. Da mesma forma, a Uber lamentou profundamente o ocorrido e reiterou seu compromisso em investir em segurança para proteger tanto passageiros quanto condutores.

Este caso serve como um alerta sombrio sobre os riscos que muitos trabalhadores enfrentam diariamente. A esperança é que com o avanço das investigações e uma resposta firme das autoridades, a segurança na Illha do Governador e regiões periféricas possa ser restaurada, permitindo que os motoristas de aplicativo exerçam suas atividades sem medo. As investigações continuam e a comunidade espera soluções rápidas e efetivas para essa onda de criminalidade.