Crânio de 4 mil anos revela cirurgias em tumor no Antigo Egito
Explore as técnicas cirúrgicas do Antigo Egito usadas no tratamento do câncer, reveladas por novos estudos históricos.
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As evoluções da medicina sempre fascinaram a humanidade, e um dos períodos mais intrigantes nesse aspecto é o Antigo Egito. Recentemente, pesquisas intensivas revelaram que os antigos egípcios possivelmente realizavam procedimentos cirúrgicos para tratar o câncer.
Um estudo publicado pela revista Frontiers in Medicine trouxe à luz o caso de um crânio com mais de 4 mil anos, parte da coleção do Duckworth Laboratory, da Universidade de Cambridge, que possui sinais de intervenções cirúrgicas. Com aproximadamente 30 a 35 anos de idade no momento de sua morte, as marcas no crânio levantaram suspeitas sobre práticas médicas avançadas para a época.
O que revelam os cortes no crânio do Antigo Egito?
Após análises detalhadas através de tomografia computadorizada e microscopia digital, os pesquisadores descobriram cortes em volta das lesões tumorais que indicam o uso de instrumentos metálicos afiados. Essa constatação sugere que os curandeiros da época empregaram procedimentos cirúrgicos nos tumores – uma prática inédita até então descoberta na história médica antiga.
Tratamento ou autópsia?
Dr. Edgard Camarós, o autor sênior do estudo e professor do departamento de história da Universidade de Santiago de Compostela, levanta uma questão intrigante: os procedimentos eram feitos para tentar curar o paciente ou apenas para fins de estudo após sua morte? Esta dúvida permanece entre os especialistas, mas, de qualquer maneira, destaca-se a capacidade e o interesse dos egípcios antigos na medicina e nas cirurgias.
Os antigos egípcios diagnosticavam e tratavam o câncer?
Além do crânio estudado, mais evidências foram encontradas em outro exemplar datado de entre 664 a.C. a 343 a.C., pertencente a uma mulher de pelo menos 50 anos. Apesar de não apresentar sinais de cirurgia, descobertas sobre antigas fraturas já curadas indicam práticas médicas bem-sucedidas neste outro caso.
A compreensão dos antigos egípcios sobre patologias e tratamentos era notavelmente desenvolvida. Documentos como o Papiro Ebers e o Papiro Kahun, discutem várias metodologias de cura e medicamentos, demonstrando um acervo medicinal rico e diversificado, bem diferente de outras civilizações da mesma época, que dependiam primariamente de remédios herbais.
Contribuições para a história da medicina
A descoberta dessas práticas não apenas enriquece nosso entendimento sobre a medicina no Antigo Egito, mas também nos ajuda a compreender melhor a prevalência e os tratamentos do câncer ao longo da história. Estudos contínuos e a utilização de tecnologias modernas prometem revelar ainda mais sobre a sofisticação médica antiga — uma verdadeira viagem no tempo através da ciência.
Por fim, a própria existência dessas práticas em uma era tão remota salienta uma importante mensagem sobre a incansável busca da humanidade por curas e o alívio do sofrimento, que perdura através dos milênios.
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