Crusoé: Arroz estatal de Lula é de causar inveja a Maduro
Na Venezuela, produtores privados faliram por não conseguir concorrer com os produtos importados e vendidos a preços subsidiados nos mercados estatais
O governo Lula vai importar 1 milhão de toneladas de arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul.
O produto estrangeiro será distribuído diretamente em supermercados com preço tabelado e o rótulo com os dizeres “arroz adquirido pelo governo federal“.
Produtores de arroz brasileiros reclamaram, pois o produto nacional (que já teve 85% da safra colhida) vai concorrer com o importado, com preço subsidiado.
O modelo é idêntico ao venezuelano, aplicado por Hugo Chávez e por Nicolás Maduro. O resultado por lá é bem conhecido: a destruição total dos produtores privados.
Estratégia fracassada
Na Venezuela, ao mesmo tempo em que interferiam no setor privado, nacionalizando empresas e congelando preços, os chavistas elevaram as importações de produtos de outros países, principalmente do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia.
Nessa época, o Brasil de Lula se prontificou para ajudar os ditadores venezuelanos, o que beneficiou os exportadores brasileiros e trouxe muitos lucros.
Os produtos importados eram distribuídos a preços subsidiados em supermercados populares, do governo. A rede mais conhecida se chamava Mercal. Mas havia também a Pdval (com dinheiro da petroleira PDVSA), Supermercado Bicentenario e Abastos Venezuela.
Há dez anos, quando o dinheiro do petróleo começou a escassear por causa do sucateamento da produção, a Venezuela perdeu a capacidade de importar alimentos. Sem poder contar com a produção nacional, a população passou a passar fome. Sete milhões de venezuelanos deixaram o país, de uma população de 30 milhões.
A falência das empresas privadas ainda teve um resultado político, pois enfraqueceu a elite nacional e ajudou Chávez e Maduro na concentração de poder.
Conab: PT e MST
A coroação da estratégia lulista é o uso político da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab.
A Conab sempre foi dominada por petistas e por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o MST.
No passado, comprava alimentos de produtores do MST para as merendas escolares. Era um cliente fiel do MST.
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