Quem bancou a segurança do diretor-geral da PF em Londres
A Polícia Federal negou gasto público, mas pagou as diárias de um segurança de Andrei Rodrigues em viagem a Londres, em abril
A Polícia Federal (PF) pagou as diárias de um segurança de Andrei Rodrigues (foto) em viagem a Londres, no Reino Unido, em abril, quando o diretor-geral da instituição participou do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias ao lado de autoridades do Judiciário brasileiro, como os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo o Siga, sistema do Senado Federal com todos os dados de pagamento do governo federal, o agente da PF recebeu 9,5 mil reais dos cofres públicos.
Após o evento, a PF afirmou que as despesas de Andrei Rodrigues foram bancadas pelo Grupo Voto, organizador do fórum.
“A viagem foi sem ônus para União, tendo a organização do evento custeado passagem, em voo comercial, e hospedagem –no The Peninsula”, disse a instituição.
O convite, acrescentou a PF, foi realizado pelo site Consultor Jurídico.
Não foi bem assim
Após a descoberta dos gastos com o segurança em Londres, a PF disse ao jornal que “houve acompanhamento de seguranças, atividade que gerou despesas conforme legislação em vigor”.
A Polícia Federal também alegou que o diretor-geral Andrei Rodrigues participou ainda de uma reunião com o comissário-geral da polícia londrina, Peter O’Doherty.
“Na ocasião, foram tratados temas como o intercâmbio de policiais em áreas de interesse de ambas as instituições, entre outros assuntos.”
O diretor da PF não foi o único
O ministro Dias Toffoli, do STF, gastou 99,6 mil reais de recursos públicos em diárias para um servidor que o acompanhou nos eventos na Europa.
Além do Fórum Jurídico Brasil de Ideias, em Londres, o magistrado também participou de eventos em Madri, na Espanha.
O STF omitiu informações sobre as viagens de Toffoli e tirou do ar a página de transparência sobre diárias e passagens.
Após ficar desativado por uma semana, o site não tinha mais as informações sobre seguranças de ministros quando voltou ao ar.
“As informações sobre segurança institucional sempre foram divulgadas com restrição, sem detalhamento, de modo a dificultar qualquer planejamento que crie riscos reais para tribunal, seus ministros e servidores. O formato em que estavam sendo divulgadas recentemente as informações sobre diárias e passagens estava em descompasso com essa orientação”, alegou.
Conflito de interesses
Três ministros do STF participaram, sem prestar contas, de um evento fechado para a imprensa em Londres em 25 de abril.
A multinacional British American Tobacco (BAT) tem pelo menos dois processos no STF, além de ser parte interessada em outra ação sob relatoria do ministro Dias Toffolli, um dos ministros presentes no evento realizado na capital inglesa.
A presença da BAT entre os patrocinadores reforça as suspeitas de conflito de interesses na participação dos ministros nesse tipo de evento.
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