Discursos antissemitas e racistas de vereadora americana chocam até seus pares
Além dos discursos de ódio, Tania Fernandes Anderson, que é casada com um preso por homicídio, admitiu ter violado leis de conflito de interesse ao contratar sua irmã e seu filho para cargos no seu gabinete, resultando em uma multa de US$ 5.000
Tania Fernandes Anderson, vereadora de Boston, está causando polêmica até entre seus colegas da esquerda devido a discursos inflamados, preconceituoso e ameaças, o que normalmente se classifica de “discurso de ódio” quando vem da direita.
Eleita em novembro de 2021, ela é a primeira africana e muçulmana, uma imigrante que entrou ilegalmente no país, a ocupar um cargo na Câmara Municipal de Boston. Casada com um detento, preso por assassinato, ela tem promovido uma agenda radical com o pretexto de “combater o racismo sistêmico” e “derrubar o pano de fundo branco na América”.
Durante uma apresentação em homenagem a dois estudantes que participaram de um protesto pró-Palestina, Fernandes Anderson destacou a “incrível conquista no ativismo, liderança organizacional” dos estudantes e seu “compromisso inspirador em fazer uma mudança positiva no mundo”. A frase “do rio ao mar” usada no protesto foi interpretada pelo conselheiro Frank Baker como “um chamado ao genocídio do povo judeu”. Ele também disse: “estamos ensinando as crianças a odiar – e isso é uma mensagem odiosa”.
“Um ataque surpresa”
Baker descreveu a apresentação como “um ataque surpresa” e comparou-a a um “ataque do Hamas”. Michael Flaherty criticou a apresentação dizendo: “os estudantes deveriam ter ficado na aula e aprendido sobre o verdadeiro significado de suas observações ofensivas e antissemitas em vez de organizar um protesto”.
Anderson propôs transformar o aniversário de Mahsa Amini em um “Dia do Hijab” oficial na cidade. Essa proposta gerou forte reação, visto que Amini foi morta pela polícia moral iraniana por não usar o hijab corretamente. A vereadora muçulmana disse: “eu, uma mulher africana, uso meu lenço e o prendo em um coque. É simples”.
Durante uma reunião do Conselho Municipal em outubro de 2022, Fernandes Anderson bloqueou uma resolução que afirmava solidariedade de Boston com Israel após o massacre do Hamas em 7 de outubro, propondo uma resolução própria que chamava por um cessar-fogo e descrevia o massacre como uma “operação militar”. Ela afirmou que “ninguém dá a mínima” para o sofrimento dos negros e que “só falamos sobre (violência contra) pessoas com dinheiro e influência”. Essas declarações foram consideradas antissemitas pela Comunidade Judaica de Boston.
“Não há palavras“
Essa declaração foi amplamente criticada. Emily Schrader, uma ativista pró-Israel, escreveu no X: “Não há palavras para expressar o quanto estou enojada e chateada com isso. Este é um tapa na cara de cada mulher iraniana e de cada mulher que fugiu de um país islâmico por causa do assédio e da discriminação de gênero por causa do hijab”.
Fontes anônimas dentro do governo municipal afirmam que Anderson tem criado um ambiente de trabalho “não saudável” e que ela intimida os colegas para conseguir apoio às suas propostas. Acusações de comportamento antissemitista e abusivo também foram mencionadas. Em uma reunião do conselho em março de 2024, ela declarou: “Não venham para cima de mim, porque se vocês querem fumaça, vocês vão ter fumaça. Não tenho medo de nenhum de vocês”.
Além dos discursos de ódio, Tania Fernandes Anderson admitiu ter violado leis de conflito de interesse ao contratar sua irmã e seu filho para cargos no seu gabinete, resultando em uma multa de US$ 5.000.
A vereadora também foi criticada por sua postura em relação ao conflito Israel-Hamas, com declarações antissemitas sobre as operações militares de Israel e um foco exagerado em resoluções contra Israel.
Quem é Tania Fernandes Anderson
A vereadora é uma ativista nascida em Cabo Verde, na África, atualmente servindo como membro do Conselho Municipal de Boston pelo Distrito 7. Eleita pela primeira vez em novembro de 2021, Fernandes Anderson representa os bairros de Roxbury, Dorchester e parte do South End. Ela é a primeira muçulmana praticante eleita para o Conselho Municipal de Boston.
Nascida em 4 de janeiro de 1979, na cidade de Praia, em Cabo Verde, Fernandes Anderson mudou-se para Roxbury, Boston, aos 10 anos de idade. Ela se formou na John D. O’Bryant High School e mais tarde tornou-se diretora executiva da Bowdoin Geneva Main Streets, uma organização sem fins lucrativos que apoia pequenas empresas locais.
Em junho de 2022, ela co-patrocinou uma resolução que pedia desculpas pelo papel histórico da cidade no comércio atlântico de escravos. Fernandes Anderson foi ativa em questões internacionais, como o conflito Israel-Hamas, e introduziu resoluções chamando por cessar-fogo e fim do conflito.
Ela foi criticada por caracterizar um ataque do Hamas como uma “operação militar” em vez de um ato de terrorismo, o que gerou polêmica entre seus colegas.
Em julho de 2023, Fernandes Anderson admitiu ter violado leis de conflito de interesse ao contratar sua irmã e seu filho para cargos pagos em seu gabinete, resultando em uma multa de US$ 5.000. “Eu fiz isso. Eu quebrei as regras”, confessou.
Reeleita em novembro de 2023, Fernandes Anderson continuou a causar polêmicas. No início de 2024, durante a cerimônia de posse, ela não levantou a mão nem recitou verbalmente o juramento de posse, alegando que havia “internalizado” o juramento com uma oração privada. Este incidente gerou controvérsia e ela foi obrigada a repetir o juramento para continuar servindo no conselho.
Além de sua carreira política, Fernandes Anderson é conhecida por seu papel como mãe adotiva de 17 crianças. Ela é casada com Tanzerious Anderson, que atualmente cumpre pena por assassinato. Em 2023, ela foi vítima de um assalto enquanto visitava uma área de sem-teto em Boston.
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