O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu nesta quarta-feira, 22, a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) na Comissão Externa para acompanhar a crise humanitária que atinge os povos indígena Yanomami. A inclusão da deputada veio após pressão de grupos indígenas, pois a comissão havia sido instalada apenas com deputados da bancada bolsonarista.

“Era contraditório eu ser uma parlamentar indígena e não fazer parte dessa comissão que diz se preocupar com a condição dos Yanomami. Tem que ter os dois lados”, disse Xakriabá.

O grupo foi instalado no começo de maio pelo presidente da Câmara com objetivo investigar a crise humanitária dos indígenas em Roraima. Dos 15 membros do colegiado, seis são do partido de Jair Bolsonaro, o PL, incluindo a coordenadora, Coronel Fernanda (PL-MT), e Silvia Waiapi (PL-AP), indígena e que foi secretária de saúde indígena do governo do ex-presidente.

Após a instalação do grupo por Lira, ao menos quatro associações que atuam naquela região — Hutukara Associação Yanomami (HAY), Urihi Associação Yanomami (URIHI), Associação Parawami (Parawami) e Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume)— afirmaram que a comissão pretendia usar o sofrimento dos yanomamis para fins políticos.

Pressionado, Lira incluiu o nome de Célia Xakriabá na comissão externa. “Essa mesma comissão que votou toda ela a favor do marco temporal dizer agora que está preocupada com a questão yanomami é incoerente”, disse Célia Xakriabá.

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