TSE x Moro: os humilhados serão exaltados? TSE x Moro: os humilhados serão exaltados?
O Antagonista

TSE x Moro: os humilhados serão exaltados?

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 22.05.2024 06:45 comentários
Análise

TSE x Moro: os humilhados serão exaltados?

Tribunal Superior Eleitoral inocentou o ex-juiz das acusações sobre caixa 2 e abuso de poder econômico; mas julgamento foi marcado por recados

avatar
Wilson Lima
3 minutos de leitura 22.05.2024 06:45 comentários 0
TSE x Moro: os humilhados serão exaltados?
Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inocentou, por unanimidade, o senador Sergio Moro das acusações relacionadas a abuso de poder econômico, caixa 2 e uso irregular dos meios de comunicação feitas pela Federação Brasil de Esperança (PT/PcdoB e PV).

Isso não significa, porém, que a extinção de punibilidade foi gratuita. Muito pelo contrário. Ao mesmo tempo em que declarou Moro inocente, o TSE deu um claro recado ao ex-juiz: “Seja bem-vindo à vala comum da política brasileira”.

O voto do relator do caso, Floriano Azevedo Marques, por exemplo, teceu um festival de críticas nada sutis tanto ao Moro político quanto ao Moro juiz. Em diversos momentos, Marques disse que não havia elementos probatórios para condenar o Moro por crimes de Caixa 2, apesar de, conforme o ministro, estarem claras condutas questionáveis do ponto de vista ético.

Talvez as alfinetadas mais claras de Floriano a Moro foram relacionadas à trajetória política de Moro em 2022. O relator lembrou que o ex-juiz tentou – sem sucesso – transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo e que ele passou por dois partidos. Tudo para manter vivo seu projeto presidencial. Uma atitude considerada cambaleante, randômica na visão do magistrado.

“Uma coisa é um candidato se lançar como pré-candidato do executivo, coisa distinta é acreditar ter envergadura para o cargo e verificar que não tem estatura e se redirecionar para disputar a um cargo menor. Nesse caso pode ser considerado pretensioso, mas não fraudulento”, disse o ministro.

Não ficou por aí.

Em suas manifestações, Marques pintou Moro como um político pouco articulado, bobo até. O quanto pôde, o ministro menosprezou a capacidade de liderança política de Sergio Moro e ainda tentou dar lições judiciais ao Moro ex-juiz, afirmando, em vários momentos de seu voto, que uma condenação com parcos elementos probatórios não se configura uma “conduta correta com relação à boa judicatura”.

O voto condutor foi seguido por outros ministros como Cármen Lúcia, André Ramos Tavares e afins. Cármen, por exemplo, disse que “os magistrados devem se ater aos autos”, evitando julgamentos morais de seus réus.

Obviamente, a decisão do TSE na noite de ontem foi um tanto quanto óbvia. Não havia elementos probatórios que coadunassem com a tese de que Moro havia lançado uma candidatura presidencial simplesmente para disputar o Senado. Mas, mesmo para julgar o óbvio ululante, o TSE fez questão de usar o julgamento para dar os seus (duros) recados.

Moro manteve o mandato, mas o TSE tentou achincalhar o ex-juiz. O sistema não esquece suas mágoas, mas ao menos dessa vez Moro não se tornou uma vítima como seu ex-colega de parlamento Deltan Dallagnoll (Novo).

Brasil

Bruna Marquezine discute seus planos: "Desejo ter filhos e morar em uma fazenda"

21.06.2024 16:50 3 minutos de leitura
Visualizar

A visão aquém do alcance de Gleisi

Rodrigo Oliveira Visualizar

Produtor de "Os Simpsons" desmente inspiração do baixista do Guns N' Roses para Duff Beer

Visualizar

Rodolfo Borges na Crusoé: O torcedor traído

Visualizar

Herdeiros de Chrystian: veja quem herda a fortuna do cantor

Visualizar

Lula vê Campos Neto como "um adversário"

Visualizar

Tags relacionadas

Alexandre de Moraes Sergio Moro TSE
< Notícia Anterior

Nos pênaltis, Vasco elimina o Fortaleza e avança na Copa do Brasil

22.05.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Secom na mira da Câmara por divulgação de ‘fake news’ do governo federal

22.05.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

A visão aquém do alcance de Gleisi

A visão aquém do alcance de Gleisi

Rodrigo Oliveira
21.06.2024 16:40 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Ato 2 do ilusionismo matemágico terá pente-fino nos gastos

Ato 2 do ilusionismo matemágico terá pente-fino nos gastos

Rodrigo Oliveira
21.06.2024 08:58 2 minutos de leitura
Visualizar notícia
Governo e PT abrem disputa por BC com tática do "podia ser pior"

Governo e PT abrem disputa por BC com tática do "podia ser pior"

Rodrigo Oliveira
20.06.2024 15:48 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
O monstro de Lula no ventre da Petrobras

O monstro de Lula no ventre da Petrobras

Felipe Moura Brasil
20.06.2024 14:31 5 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.