Zambelli e hacker viram réus por invasão ao sistema do CNJ
Em 4 de janeiro de 2023, Walter Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra Alexandre de Moraes
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP; foto) e o hacker Walter Delgatti Neto viraram réus pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que fabricou um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Primeira Turma do STF aceitou, nesta terça-feira, 21 de maio, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Zambelli e Delgatti. A decisão foi unânime.
Moraes foi o relator do caso e foi seguido pelos outros ministros da turma, que são Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
A denúncia da PGR é pela prática de dez crimes: sete do artigo 154-A e parágrafo 2 do Código Penal, por invasão de dispositivo informático, e três do artigo 299 do Código Penal, por falsidade ideológica.
Em 4 de janeiro de 2023, Walter Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra Moraes.
Na votação da Primeira Turma do STF concluída nesta terça, o ministro afirmou que a fabricação da ordem de prisão foi uma “burrice”. Já Cármen Lúcia a descreveu como “desinteligência natural”.
Preso em agosto, Delgatti confessou a invasão, acusando Zambelli de ser a mandante. À PF, o hacker afirmou ter recebido 40 mil reais pelos serviços.
O indiciamento
A Polícia Federal indiciou, em fevereiro, a deputada Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Eles são suspeitos de falsidade ideológica e de múltiplas tentativas de invasão de dispositivo informático.
Documentos falsos encontrados
Segundo os investigadores, foram encontrados quatro documentos falsos nos equipamentos pessoais da Deputada.
Dentre eles, está a falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ordens de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do ministro.
As ordens foram supostamente geradas no computador do hacker e baixadas no dispositivo de Zambelli.
O mandado de prisão contra Moraes foi utilizada para questionar a integridade do processo eleitoral conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro.
Zambelli nega sua participação, afirmando que seu relacionamento com Delgatti se resumia à contratação de seus serviços em 2022 para gerenciar seu site e redes sociais.
O hacker, por sua vez, relatou que Zambelli foi quem elaborou o texto da falsa ordem de prisão, que começava chamando Moraes de “Deus do Olimpo” e terminava com o slogan da campanha de presidente Lula: “Faz o L”.
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