O presidente americano Joe Biden anunciou uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos fabricados na China. A decisão, que faz parte de um pacote de medidas para proteger os fabricantes americanos, também inclui aumentos significativos nas tarifas de uma gama de produtos chineses.

Esta ação é resultado de uma revisão realizada a cada quatro anos, segundo fontes, e tem como objetivo prevenir que produtos chineses subsidiados e barateados artificialmente inundem o mercado americano, sufocando o crescimento do setor de tecnologia verde nos EUA.

A tarifa sobre veículos elétricos sobe de 25% para 100%, e outros produtos, como baterias de lítio e células solares, também terão aumentos consideráveis. Embora as tarifas sobre veículos elétricos chineses sejam mais simbólicas devido às restrições já impostas na administração Trump, a medida é vista como uma tentativa de Biden de fortalecer a indústria nacional, especialmente nos estados decisivos para as eleições de 2024.

O presidente tem adotado uma postura firme no comércio desde sua chegada à Casa Branca em 2021, buscando uma competição justa e enfrentando práticas econômicas desleais por parte da China.

A nova política tarifária entrará em vigor após um período de 90 dias a partir desta terça-feira, 14, e já há expectativas de retaliações por parte de Pequim. Analistas preveem que a China pode responder com medidas similares.

Biden já disse que carros elétricos chineses são ameaça à segurança nacional

O presidente americano Joe Biden anunciou em fevereiro investigações contra os veículos elétricos chineses, citando preocupações de segurança nacional.

A Casa Branca ordenou levantamento do departamento de comércio sobre os riscos representados pelo software de carros conectados à internet que poderiam enviar dados dos motoristas americanos diretamente para Pequim.

Esta investigação poderá levar a novas regulamentações ou restrições aos veículos chineses. Os críticos dessa medida dizem que é uma tentativa protecionista de impedir que automóveis elétricos de baixo custo — fabricados na China ou montados por empresas chinesas em países como o México — dominem o mercado americano.

A ideia da investigação surgiu após discussões com fabricantes de automóveis de Detroit, trabalhadores sindicalizados e a gigante dos veículos elétricos Tesla, que recentemente perdeu o título de maior vendedora de carros elétricos do mundo para a empresa chinesa BYD.

“China está determinada a dominar o futuro do mercado automobilístico, inclusive utilizando práticas desleais”, disse Biden em um comunicado. “As políticas da China poderiam inundar nosso mercado com seus veículos, colocando em risco nossa segurança nacional. Não vou permitir que isso aconteça enquanto eu estiver no cargo.”

A China ampliou rapidamente sua produção de veículos elétricos nos últimos anos, criando uma rota de colisão a política industrial de Biden que quer fortalecer os fabricantes americanos nesse mercado, tanto nacional quanto internacionalmente. Veículos menores da China são vendidos por menos de US$ 11.000, um preço muito inferior ao de um veículo elétrico fabricado nos EUA.

Sensores em celulares podem virar câmeras clandestinas (oantagonista.com.br)