Escapando da inundação em Porto Alegre para outras inundações
Prefeito de Porto Alegre recomendou evacuação da capital para o litoral, mas os refugiados encontram nova catástrofe
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), recomendou para que a população da capital se dirigisse ao litoral a fim de escapar do colapso no abastecimento de luz e água causado pela pior enchente da história. No entanto, muitos refugiados da catástrofe encontraram uma nova situação de desastre ao chegar ao litoral, enfrentando chuvas torrenciais, bairros alagados e escassez de gasolina e alimentos.
De acordo com o governo gaúcho, dos 23 municípios da faixa litorânea entre Palmares do Sul e Torres, conhecida como litoral norte, apenas seis não foram afetados pela incomum conjuntura climática que atingiu o estado do Rio Grande do Sul.
Em alguns casos, as causas da emergência não são nem chuvas torrenciais nem extravasamento de lagos e lagoas.
Situação em Palmares do Sul
Em Palmares do Sul, a 96 km de Porto Alegre, 400 moradores do bairro Agreste precisaram ser evacuados devido ao represamento do rio Palmares pelo vento sul. O vento traz a água da Lagoa dos Patos para cima do rio, o que inunda as estradas com qualquer quantidade de chuva.
A prefeitura preparou três abrigos, dos quais dois estão ocupados. Além de oferecer teto e cama, esses abrigos fornecem quatro refeições diárias para os 150 atingidos.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, apesar de ser a pior enchente enfrentada pelo município, o prefeito Mauricio Muniz (MDB) ressalta que não haverá cenas de casas cobertas pela água como em outras localidades, pois o terreno é plano e eles conseguiram retirar as pessoas das áreas afetadas. Móveis das residências foram retirados e acomodados em um depósito.
Rodovias com trechos bloqueados
Três vias são responsáveis pelo tráfego em direção ao litoral norte. A maior delas, a BR-290 ou Freeway, teve trechos bloqueados dentro e fora da capital.
O acesso à Freeway a partir de Porto Alegre só é possível por duas estradas estaduais entre Alvorada e Cachoeirinha, o que causa congestionamentos constantes devido ao transporte de carga.
A BR-453, conhecida como Rota do Sol, também foi danificada e impediu o tráfego. A única via que permaneceu intacta foi a BR-101, de São José do Norte a Torres.
Escassez de combustível e alimentos
Na terça-feira, 7, filas se formaram em mercados e padarias do centro de Torres. Motoristas foram vistos em postos de gasolina com galões de combustível após uma jornada no limite da pane seca.
No sábado, 11, havia pelo menos cinco abrigos organizados por voluntários aptos a receber desalojados, além de uma escola municipal disponibilizada pela administração local. Três desses abrigos foram organizados pela igreja evangélica Jesus’s House.
Em Imbé, o êxodo serviu como pretexto para tentativas injustificadas de obter benefícios administrativos. O prefeito Luis Henrique Vedovato (MDB) decretou calamidade pública no município diante da chegada de um grande número de pessoas, mas a medida foi revogada após críticas.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)