As autoridades norte-americanas acreditam que o líder do Hamas em Gaza não está escondido em Rafah, onde Israel está prestes a montar uma grande ofensiva.

Yahya Sinwar, o líder do grupo terrorista e mentor do ataque de 7 de outubro a Israel, provavelmente estaria escondido em túneis sob a cidade de Khan Younis, ao norte, dizem.

Esta informação, divulgada pelo New York Times na segunda-feira, 13 de abril, levanta novas questões sobre o plano de Israel de invadir Rafah, o que distanciou os seus mais leais aliados, incluindo os EUA.

Israel insistiu que deve entrar em Rafah, a última cidade de Gaza intocada pela guerra e que atualmente abriga 1,4 milhões de pessoas, para desmantelar as restantes unidades do Hamas e capturar os líderes do grupo.

Ao interromper alguns envios de armas para Israel, Joe Biden indicou na semana passada que Israel estaria cruzando a linha vermelha ao invadir Rafah. Não está claro se as operações das IDF já ultrapassaram essa linha vermelha.

Numa chamada noturna com Antony Blinken, o secretário de Estado dos EUA, Yoav Gallant, ministro da defesa de Israel, descreveu a missão do seu país em Rafah como uma “operação precisa contra os restantes batalhões do Hamas”. Blinken reiterou a oposição de Washington contrária a uma grande ofensiva na cidade do sul.

Tanques israelenses ‘atravessam a principal rodovia de Rafah’

Na segunda-feira, 13 de abril, foram relatados combates intensos no extremo leste de Rafah. Os tanques e a infantaria israelenses supostamente cruzaram uma rodovia importante nos arredores da cidade.

E num sinal de escalada dos combates na área, as FDI relataram 50 soldados feridos em 24 horas, um número elevado para as operações israelenses durante esta guerra.

Pelo menos 360.000 palestinos fugiram de Rafah desde que as FDI emitiram ordens de evacuação na segunda-feira passada, de acordo com a agência da ONU para refugiados palestinos.

O alerta americano contra o risco de “anarquia”

Uma grande ofensiva israelense em Rafah causaria “caos” e “anarquia”, sem eliminar o Hamas, alertou no domingo, 12 de abril, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, mantendo a pressão sobre Israel.

O plano que está atualmente sendo considerado por Israel em Rafah “arrisca causar enormes danos à população civil sem resolver o problema”, disse o chefe da diplomacia americana.