Crusoé: Quem é o civil que Putin colocou no lugar do seu general de guerra
Andrei Belusov, economista, teve ascensão meteórica e incomum no governo russo; Shoigu foi relegado e, de possível sucessor de Putin, sai criticado
Logo no início do seu quinto mandato — e no segundo ano de sua invasão à Ucrânia — Vladimir Putin surpreendeu ao trocar o seu ministro da Defesa. Saiu o general Serguei Shoigu, um dos mais próximos aliados do líder russo, e entrou Andrei Belusov, um economista de formação civil com ascensão incomum dentro do Kremlin. Uma mudança surpreendente.
Isso porque Shoigu, que assumiu o cargo em novembro de 2012, foi uma figura tão importante que chegou a ser apontado como um possível sucessor de Putin se este um dia deixar o poder. Nesta década, ele continuou a política de modernização do setor de defesa russo, além de instalar a política de ação militar russa no exterior. Com ele, o país passou a coordenar ataques na Síria em favor de Bashar al-Assad, e passou a aplicar mercenários do grupo Wagner em países na África.
Mas foi na vizinha Ucrânia que Shoigu deixou sua marca. Shoigu foi o grande fiador da campanha russa, que começou com a invasão e anexação da Crimeia em 2014, seguido da invasão ao país em fevereiro de 2022. Apesar de estar em um momento de superioridade contra os ucranianos, o comando russo é cobrado pelo alto número de mortes em batalha — segundo a mídia independente russa, seriam mais de 85 mil mortes.
A gota d’água foi a prisão, no mês passado, de Timur Ivanov, seu número dois na pasta, por acusações de corrupção em projetos supervisionados pelo seu chefe. A situação de Shoigu, que era frágil, passou a ser insustentável.
O general, que faz parte do grupo mais íntimo de nomes ligados a Putin, agora presidirá o Conselho de Segurança do país. Belusov, que assume o cargo, já tem experiência pública: no governo desde 2006, ele já foi vice-ministro do Desenvolvimento Econômico, depois titular da pasta e, em 2020, vice-primeiro-ministro (ele chegou a assumir como primeiro-ministro por três semanas, em 2020).
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