Leonardo Barreto na Crusoé: O cansaço do líder
Por ele, o dia da despedida nunca chegaria. O seu azar é que há uma parte da vida que não se controla. Simon Bolívar que o diga
Em sua coluna semanal para Crusoé, Leonardo Barreto escreve para esta edição uma análise sobre a aprovação de Lula que vai por água abaixo. Segundo ele, integrantes do governo culpam a polarização, o bolsonarismo, o negacionismo, o conservadorismo, os evangélicos, as redes sociais e as fake News.
O ocaso de Bolívar, com sua solidão, leva a refletir sobre a duração dos ciclos dos líderes e é apropriada para avaliar o momento vivido por Lula, após sua constrangedora aparição em um esvaziado comício do dia do trabalho e as dificuldades que ele vem enfrentando com as pesquisas de popularidade.
Há um sentimento generalizado de incômodo entre integrantes do governo e de muitos jornalistas e especialistas em relação às taxas de aprovação de Lula. Culpam a polarização, o bolsonarismo, o negacionismo, o conservadorismo, os evangélicos, as redes sociais e as fake News. Como é possível, com a economia respondendo bem, que haja mais gente insatisfeita do que feliz?
Sem saber o que fazer, apela-se para tudo. É preciso anunciar mais programas, colocar a primeira-dama para dar plantão em hospitais veterinários e acompanhar o resgate de cães e gatos perdidos nas enchentes, usar termos religiosos na comunicação oficial e aproveitar selvagemente qualquer oportunidade de visibilidade. Busca-se protagonismo até em questões que, antes, não eram assuntos de chefe de Estado.
Mas, e se o problema for outro? E se houver uma situação de cansaço em relação aos mesmos discursos e fórmulas de antes? E se o problema não for um possível retorno de Jair Bolsonaro? E se o problema for um esgotamento irremediável não da imagem, mas das mensagens do presidente Lula?
Leia mais aqui; assine Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)