Os estragos nas rodovias estaduais do RS
De acordo com levantamento, até o momento, já foram liberados 40 trechos em 20 rodovias para o tráfego no estado
As fortes chuvas que atingem o estado do Rio Grande do Sul desde a semana passada têm causado sérios danos às estradas e pontes da região, resultando no bloqueio de diversos trechos de rodovias.
De acordo com levantamentos realizados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (Daer) e pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), vinculados à Secretaria de Transportes e Logística (Selt), até o momento, já foram liberados 40 trechos em 20 rodovias para o tráfego.
Os dados coletados pelos órgãos competentes mostram que, na manhã de 30 de abril, a chuva havia causado oito bloqueios totais, um bloqueio parcial e quatro pontos de observação nas rodovias estaduais. No pior momento, foram registrados 170 pontos de bloqueio em 79 rodovias, afetando 97 municípios no estado. No entanto, é importante ressaltar que esses números podem mudar devido à previsão de mais chuvas.
R$ 230 mi para recuperar rodovias
Além disso, as obras de arte especiais, como pontes, viadutos, passarelas e túneis, também foram fortemente impactadas pelas enchentes. De acordo com relatório preliminar do Daer, estima-se que será necessário um investimento de quase R$ 230 milhões para a recuperação dessas estruturas danificadas. Essa é uma preocupação válida, pois essas obras desempenham um papel crucial na infraestrutura viária do estado.
As autoridades responsáveis encontraram uma solução para permitir o acompanhamento em tempo real dos bloqueios nas rodovias: um mapa interativo. Esse mapa reúne informações coletadas pelo Daer, Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Essa iniciativa tem sido fundamental para identificar os pontos com bloqueios e auxiliar no planejamento das rotas de entrega de produtos essenciais e no tráfego da população.
Apesar dos esforços em andamento, ainda há dois trechos totalmente bloqueados devido a danos estruturais. O primeiro é no km 75 da ERS-130, entre Lajeado e Encantado, onde a ponte sobre o Rio Forqueta desabou. O segundo é no km 80 da ERS-129, em Muçum, devido ao desmoronamento da pista. Para esses casos específicos, a EGR já anunciou a execução de um plano de ação emergencial de recuperação. Nos demais trechos, o trânsito está liberado.
Os trabalhos de desobstrução estão sendo realizados em todas as superintendências regionais do Daer. Nas regiões metropolitanas e parte do Vale do Caí, os maiores danos foram registrados nas rodovias federais. Já nas rodovias estaduais, os bloqueios mais frequentes são causados por água na pista e erosões, que estão sendo devidamente controladas por meio do contrato de conservação de rodovias.
Regiões mais afetadas pelas chuvas
Diversas regiões do estado foram afetadas pelas enchentes. Em Bento Gonçalves, por exemplo, novos danos ocorreram mesmo em locais onde já havia pontes colapsadas em enchentes anteriores. Em Lajeado, a balsa foi arrastada pela correnteza e colidiu com a ponte do Rio Taquari. Esses são apenas alguns exemplos dos estragos causados pelas chuvas.
A região do Vale do Taquari foi uma das mais atingidas, com quedas de barreira, erosões no asfalto e água sobre a pista afetando diversos trechos. Entre Travesseiro e Marques de Souza, uma ponte chegou a colapsar. Como essa é a única ligação do município de Travesseiro com a BR-386, o Daer solicitou apoio do exército para avaliar a instalação de uma ponte móvel.
Outras regiões também foram impactadas, como Cachoeira do Sul, onde a água passando sobre a ponte do Rio Botucaraí resultou no bloqueio do trecho localizado no km 39 da ERS-403. Entre Agudo e Dona Francisca, na ERS-348, quilômetros de asfalto foram destruídos pela força das águas.
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