Crusoé: Estados do Sul afetados por chuva em 2024 cortaram investimentos em prevenção
Prefeitura de Porto Alegre não investiu na prevenção de desastres, e governo do estado do Rio Grande do Sul agora fala em "Plano Marshall"; em SC, área afetada por cheias teve menos de 10% do valor investido
Palco dos maiores alagamentos na região Sul em tempos recentes, Rio Grande do Sul e Santa Catarina cortaram recursos para mitigação e prevenção de desastres naturais nos últimos anos. Para os gaúchos, os cortes orçamentários são ainda mais sentidos agora, que o estado passa pela pior enchente de sua história, afetando mais de 300 municípios e deixando a capital, Porto Alegre, embaixo d’água.
Em Porto Alegre, a situação é mais crítica: isso porque a prefeitura de Sebastião Melo (MDB) parou de investir no item “melhora no sistema de proteção contra cheias”. A verba poderia bancar, por exemplo, a manutenção correta das comportas do dique para o rio Guaíba, que circunda a cidade — e que falharam no primeiro momento crítico que foram colocadas à prova, ainda no final de semana passado.
Levantamento feito pelo jornal O Globo mostrou que o município de 4,4 milhões de habitantes chegou a colocar 1.7 milhão de reais na prevenção contra cheias em 2021, mas recuou para 141 mil em 2022. Em 2023, a prefeitura parou de colocar o item em seu orçamento. Não se sabe se a prefeitura não tem investido o valor ou se o colocou em outra rubrica, mas as barragens destinadas a segurar o Guaíba não funcionaram quando foram acionadas no último final de semana.
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