Lucro da Tesla cai 55%
Queda é vista como reflexo de estratégia ineficaz e aumento da concorrência
A Tesla reportou uma queda de 55% no lucro do primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. O lucro caiu para US$ 1,1 bilhão, enquanto a receita também teve uma redução de 9%, totalizando US$ 21,3 bilhões. Este declínio nos ganhos foi influenciado principalmente pela diminuição de 8,5% nas vendas de veículos da companhia.
No ano anterior, a Tesla havia registrado um lucro de US$ 2,5 bilhões, com margens de lucro entre as mais altas do setor automotivo. Contudo, recentes cortes de preços, embora inicialmente tenham impulsionado as vendas, parecem não ter sustentado o interesse dos consumidores.
A empresa também anunciou a demissão de mais de 10% de sua força de trabalho global, aproximadamente 14.000 empregados, como parte de uma tentativa de alinhar os custos com as receitas em declínio.
Investidores e analistas estão preocupados com a capacidade da Tesla de manter sua posição de liderança diante de uma concorrência crescente de fabricantes estabelecidos e novos entrantes, especialmente da China. As ações da Tesla sofreram uma queda de 40% este ano, refletindo a crescente insegurança do mercado quanto à estratégia da empresa.
Elon Musk, CEO da Tesla, tem direcionado o foco da companhia para a tecnologia de direção autônoma e um novo modelo de veículo, conhecido como Robotaxi. No entanto, essa mudança de estratégia tem causado descontentamento entre os investidores, que esperavam novos modelos de carros mais acessíveis.
O bilionário defendeu os ajustes de preços, comparando-os com práticas comuns da indústria, embora realizados de forma mais visível devido ao modelo de vendas diretas ao consumidor da Tesla.
Além dos desafios internos, Musk adiou uma viagem planejada à Índia, onde se encontraria com o primeiro-ministro Narendra Modi para discutir uma possível nova fábrica, devido a “obrigações pesadas com a Tesla”.
Musk anuncia campanha por liberdade em meio a controvérsias
Elon Musk, CEO da Tesla e proprietário da plataforma X (anteriormente Twitter, adquirida por ele em outubro de 2022), anunciou nesta quinta-feira, 18, que vai lançar uma campanha para recolher assinaturas em defesa da Primeira Emenda dos Estados Unidos, em resposta a “ataques implacáveis à liberdade de expressão”.
O bilionário tem se posicionado frequentemente como um defensor da liberdade, mas tem sido alvo de críticas devido às políticas de moderação de conteúdo em sua plataforma, que tem histórico de censura em diversos países.
A iniciativa de Musk surge em um momento onde a plataforma X tem se adaptado às leis de censura em países como Índia, França e Turquia, removendo conteúdos ou restringindo acessos conforme demandas judiciais ou de governos. Essa prática contrasta com sua campanha nos EUA, levantando questões sobre as motivações reais por trás de suas bandeiras.
No Brasil, Musk criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, acusando-o de violar a legislação brasileira ao censurar políticos, mas sua plataforma tem cumprido pedidos de censura de outros governos sem resistência. Mesmo no Brasil, a X Corp declarou que seguirá cumprindo decisões judiciais.
Musk tem sido acusado de usar a liberdade de expressão como bandeira pelo engajamento e polêmica que tais posições geram, beneficiando-se comercialmente da audiência em sua plataforma. A campanha foi anunciada, obviamente, na sua plataforma.
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