Juros sobem com início de choque de realidade econômico
O dólar também sobe contra o real na sessão, e a moeda brasileira ostenta a pior performance entre as emergentes
A expectativa de que a equipe econômica abandone de vez a conversa sobre superávit primário no ano que vem está pressionando o mercado de juros. Por volta das 11h desta segunda-feira, 15, os investidores precificavam a Selic terminal – ponto máximo em que o Banco Central baixará os juros – em 10,07% ao ano.
A apresentação do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2025 está marcada para as 16h30 e circulam rumores de que o governo finalmente admitirá a incapacidade de alcançar algum superávit no ano que vem. No mercado, a expectativa é que o Planalto repita em 2025 a meta deste ano (por enquanto) de zerar o déficit primário.
O abandono da meta prometida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de um superávit de 0,5% do PIB (Produtor Interno Bruto) para 2025, também provoca uma apreensão sobre uma possível alteração na meta de zerar o déficit este ano. Nas constas dos economistas consultados no Boletim Focus, do Banco Central, o governo deve terminar o ano com o equivalente a 0,7% do PIB em despesas a mais que as receitas, o que significa um aumento do endividamento do país para fazer frente aos gastos.
Com isso, as taxas dos juros futuros sobem com força nesta manhã, com alguns vencimento avançando até 18 pontos base. A precificação dos investidores na curva futura de juros indica que o Banco Central só teria espaço para mais dois cortes na taxa Selic até o fim do ano: o primeiro de 0,50 ponto percentual em maio e o outro de 0,25 ponto percentual em junho.
O dólar sobe mais de 1% de volta aos 5,18 reais, o patamar mais alto desde o início de outubro do ano passado. Com a moeda brasileira registrando a pior performance contra a divisa americana em uma cesta de 23 emergentes.
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