Crusoé: Seis meses depois
Na guerra entre Israel e o Hamas, vale o bordão de Dilma: nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder
Passaram-se seis meses desde o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro, que resultou em 1.200 mortos e cerca de 250 reféns. A guerra entre Israel e esse grupo terrorista, decorrente do atentado, alterou a política israelense e a palestina, além de mudar o cenário geopolítico do Oriente Médio. De uma maneira geral, todos os que se envolveram no conflito estão mais fracos agora do que há seis meses. Além disso, aqueles que poderiam tirar algum proveito da guerra, como a oposição israelense ou a Autoridade Palestina, não tiveram a oportunidade de executar seus planos.
Israel estima que mais de 250 soldados israelenses foram mortos em combate e que 130 reféns continuam em Gaza. Não é possível afirmar quantos deles ainda estão vivos. Nem o Hamas sabe. Nesta semana, os terroristas afirmaram não serem capazes de dar prova de vida de 40 reféns para iniciar um processo de cessar-fogo, que envolveria a libertação de 900 palestinos presos em Israel.
Do lado palestino, não há dados consolidados e críveis sobre mortes, menos ainda sobre feridos ou desalojados. Um relatório do think tank americano The Washington Institute for Near East Policy estima que o número de mortes possa ser superior aos 30 mil que o Hamas usa em sua propaganda. Mas, segundo esse centro, a maioria dos mortos seria de homens, incluindo muitos terroristas, e não mulheres e crianças, como tenta emplacar os terroristas.
Todas as forças políticas envolvidas na guerra em Israel e Gaza têm algo em comum ao final do primeiro semestre do conflito. Nenhuma está melhor hoje do que estava antes de 7 de outubro. Algumas registraram perdas humanas, outras também tiveram prejuízos materiais ou desgaste político.
Abaixo, uma recapitulação dos principais envolvidos no conflito e um resumo sobre como a situação deles se alterou:
Governo de Benjamin Netanyahu
Antes do ataque terrorista de 7 de outubro, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrentava manifestações massivas por causa das reformas que estava impulsionando, como a de reduzir a independência da Suprema Corte. Nessa época, pesquisas apontavam que 70% dos israelenses queriam a renúncia do primeiro-ministro, que conseguia se manter no poder graças ao apoio de partidos religiosos e de direita radical. Os atentados e a falha dos serviços de inteligência quebraram a propaganda de Netanyahu de que ele seria a melhor pessoa para proteger a população. A quantidade de pessoas que acham que ele deveria renunciar não se alterou tanto: 71%. A diferença é que, se novas eleições ocorrerem, o partido de Netanyahu, o Likud, estaria longe de alcançar a maioria para formar um governo. Nas atuais pesquisas, a coalizão de Netanyahu teria apenas de 47 das 120 cadeiras do Parlamento, o Knesset. A oposição, por outro lado, poderia ter 67 cadeiras.
Oposição israelense
Ao…
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