O governo do estado de Mato Grosso do Sul anunciou a decretação de situação de emergência ambiental devido ao aumento significativo de incêndios florestais. O governador Eduardo Riedel (PSDB) assinou o decreto durante um seminário que discutiu os desafios enfrentados no combate às queimadas.

Uma das principais causas dos incêndios é o volume abaixo da média histórica de chuvas desde dezembro de 2023. Segundo informações do governo estadual, os focos de incêndio registrados neste ano já são o dobro em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo reportagem da CNN Brasil, o decreto prevê diversas medidas, incluindo um investimento de R$ 25 milhões e a autorização para contratação temporária de pessoal. O objetivo é agir de forma preventiva e evitar que milhões de hectares sejam consumidos pelas chamas.

O que diz o governador

Durante a assinatura do decreto, o governador ressaltou a importância dos recursos disponíveis. “Temos R$ 25 milhões em recursos para atuação preventiva, prontos para serem usados e evitar que a gente tenha milhões de hectares queimados. Estamos nos preparando para minimizar qualquer problema que possa ocorrer“, afirmou.

Uma das mudanças trazidas pelo decreto é a atribuição exclusiva ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) para realizar queimas controladas.

Essa atividade, antes realizada por organizações não governamentais, fazendeiros e moradores tradicionais, agora será de responsabilidade do órgão estadual. Além disso, a queima prescrita preventiva deverá seguir as orientações do Centro Integrado de Coordenação Estadual.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do estado, Jaime Verruck, destacou a inovação trazida pelo plano.

“O decreto é para o estado todo, com atenção especial ao Pantanal. Estamos propondo a queima prescrita, que é uma inversão da lógica, com o estado identificando locais com acúmulo de biomassa. É uma inovação do ponto de vista de combate a incêndio“, afirmou Verruck.

Queimadas no Brasil crescem mais de 240%

Segundo dados divulgados pelo Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas que monitora as queimadas, mais de um milhão de hectares foram consumidos pelo fogo no Brasil durante o mês de janeiro. Essa extensão territorial é equivalente a dez vezes o tamanho do estado de Sergipe.

Janeiro de 2024 registrou um aumento de 248% em comparação com janeiro de 2023. Foram 287 mil hectares queimados no ano passado, enquanto neste ano já ultrapassamos a marca de 1 milhão de hectares.

A maior parte dessa área devastada está localizada na Amazônia, com cerca de 941 mil hectares (91%). Esse bioma foi o mais afetado pelo fogo durante o período, principalmente nas regiões extremo norte da Amazônia. Houve um aumento alarmante de 266% em relação ao mês anterior. O segundo bioma mais atingido foi o Pantanal, com aproximadamente 40.626 hectares.