Quem tem de se explicar sobre PCC, Nunes ou Boulos?
Deputado federal cobrou explicações do prefeito de São Paulo sobre empresas ligadas à facção criminosa, mas o coordenador de sua pré-campanha recebeu doação do dono de uma delas
Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) cobrou explicações do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), sobre as duas empresas investigadas por ligações com a fação criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas foi confrontado por aliados do emedebista depois de circular a informação de que um dos coordenadores de sua campanha recebeu doação de um dos empresários presos pelo caso na terça-feira, 9.
Bouos disse o seguinte em texto de postagem que companha um vídeo foto): “GRAVÍSSIMO! Diretores de duas empresas de ônibus de São Paulo foram presos hoje por ligação com crime organizado. Essas empresas receberam da prefeitura na gestão Ricardo Nunes R$ 800 milhões e uma ainda pegou a concessão do transporte aquático na Billings sem licitação. O prefeito deve explicações ao povo de São Paulo. Esse absurdo não pode ficar sem investigação”.
Resposta
O secretário Executivo de Relações Institucionais da Prefeitura de São Paulo, Enrico Misasi, retrucou em outra postagem, na qual menciona reportagem da Folha de S.Paulo intitulada “Empresário preso por suspeita de elo com PCC doou para coordenador de plano de Boulos”:
“Boulos cobra explicações do prefeito Ricardo Nunes, que foi pra cima das empresas de transporte investigadas e está desde cedo trabalhando para que os ônibus não deixem de circular e a população não seja prejudicada. Mas quem tem de dar explicações é Boulos”.
Misasi está falando de Luiz Carlos Efigênio Pacheco, sócio da Transwolff preso nesta terça. Ele doou para a campanha de Antônio Donato (PT), eleito vereador em 2020. Donato é deputado estadual, cargo para o qual se elegeu em 2022, e um dos coordenadores do programa de governo de Boulos.
Segundo a Folha, Pacheco doou 75 mil reais para campanha de Donato. “Foi a segunda maior doação individual recebida por Donato”, destacou o jornal.
“Por que a única doação feita a um candidato pelo empresário preso hoje foi justamente para o coordenador da campanha de Boulos?”, questionou Misasi. Boulos ainda não respondeu.
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