No universo do comércio eletrônico, onde a troca e a venda de artigos usados prosperam, criminosos encontram terreno fértil para aplicar golpes cada vez mais elaborados. Um desses casos, que já vinha causando preocupação entre os usuários de redes de vendas online, é o chamado “golpe do videogame”, uma modalidade de estelionato que ganhou destaque após uma recente operação policial em Niterói, no Rio de Janeiro.

Segundo informações da Polícia Civil, a prisão de Matheus Rodrigues Alves, de 25 anos, trouxe à tona o modus operandi de uma quadrilha especializada em golpes através da internet. A dinâmica da fraude se dava através de enganação de vendedores desprevenidos no Marketplace do Facebook, local onde as vítimas publicavam seus anúncios de venda de videogames.

Como Funcionava o Golpe?

Os estelionatários, operando por meio de perfis falsos, se mostravam interessados nos produtos anunciados e dirigiam a negociação para o Whatsapp, sugerindo a migração do anúncio para um site de compras conhecido, sob a falsa premissa de possuírem créditos para uso na plataforma. Os golpistas, então, forneciam comprovantes de pagamento e e-mails fraudulentos para simular uma transação legítima, normalmente envolvendo valores significativos, acima de R$2.500.

Para conferir autenticidade à operação, os criminosos chegavam a enviar fotos segurando documentos. Contudo, as identidades utilizadas eram de indivíduos previamente vitimados pelo esquema. A fase final do golpe se concretizava com o envio de um motorista de aplicativo, enganado pelos golpistas, para recolher o videogame com a vítima e entregá-lo em um ponto específico, geralmente um local sob controle da quadrilha.

Detalhes da Operação que Desarticulou o Esquema

A prisão de Matheus foi efetuada após investigações conduzidas pela Delegacia de Itaipu (81ª DP), que iniciaram a partir da denúncia de uma das vítimas. Os agentes acompanharam o trajeto realizado pelo motorista de aplicativo até a Avenida Niemeyer, um dos acessos à Comunidade do Vidigal no Rio de Janeiro, local escolhido pelo criminoso para receber o produto roubado.

As investigações revelaram um padrão nos crimes cometidos pela quadrilha, identificando outros casos de entregas de videogames no mesmo local. Além disso, foi possível relacionar o criminoso a delitos cometidos em períodos anteriores, nos quais ele se passou pela mesma pessoa em diferentes situações, utilizando-se da foto de um documento de um indivíduo residente em outro estado.

Matheus Rodrigues Alves, cujo histórico inclui uma série de anotações por diversos crimes, incluindo associação para o tráfico de drogas, tortura, homicídio, roubo e sequestro, agora enfrentará acusações por tentativa de estelionato, formação de quadrilha e resistência à prisão.