O alto custo do ‘troféu’ de Lewandowski em Mossoró
Com o valor gasto para recapturar os fugitivos da penitenciária de Mossoró, seria possível custear a detenção de 121 presos ao longo de um ano inteiro
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski (foto), exibiu como troféu a recaptura dos presos do presídio federal de Mossoró, apesar de as autoridades brasileiras terem demorado 50 dias para encontrar os dois primeiros fugitivos de uma penitenciária de segurança máxima no país. Mas o pior não foi a demora: a recaptura dos fugitivos custou 6,094 milhões de reais aos brasileiros.
Esse montante envolveu custos com folha de pagamento, tecnologia, infraestrutura, alimentação e despesas administrativas.
De acordo com reportagem da CNN Brasil, os relatórios atualizados da administração do sistema prisional federal revelam que esse valor poderia ter sido utilizado para custear a permanência de 121 presos no sistema prisional federal de segurança máxima por um ano inteiro. Em média, o custo anual por preso no sistema federal é de aproximadamente R$ 50 mil.
Governo Lula gastou o dobro com o Funpen
A CNN também analisou informações do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que recebeu um montante de R$ 605,6 milhões do governo Lula (PT) em 2023.
Esse valor representa quase o dobro do repasse realizado no ano anterior. Em comparação, o custo da Operação Mossoró corresponde a pouco mais de 1% do total gasto pelo governo com presídios federais no último ano.
O troféu de Lewandowski
Após a recaptura de Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36, Lewandowski deu uma entrevista coletiva exaltando a ação, mas não comentou sobre a demora e os gastos da Operação Mossoró.
De acordo com Lewandowski, a prisão aconteceu após uma mudança de estratégia no trabalho das forças de segurança, com aposta em ações de inteligência.
“Essa mudança de estratégia foi bem sucedida, porque a partir do momento que a PF soube que os dois fugitivos não estavam mais no local, eles o monitoram permanentemente até que pudessem ser localizados neste local, na proximidade de Marabá, onde foram presos em uma ponte”, disse o ministro de Lula.
Fugitivos se dirigiam ao exterior, diz Lewandowski
O ministro da Justiça também afirmou que os criminosos tentavam ir para o exterior.
“Eles foram presos a cerca 1,6 mil quilômetros do local da fuga, o que demonstra que obviamente foram ajudados por criminosos externos, e tiveram portanto auxílio de seus comparsas das organizações criminosas as quais eles pertenciam”, disse o ministro em coletiva na tarde desta quinta.
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