Prates avisa que vai para casa jantar
Presidente da Petrobras publicou mensagem em rede social para negar que vá deixar o comando da empresa, mas Aloizio Mercadante já estaria no aquecimento para substituí-lo
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (foto), negou que esteja deixando o comando da empresa. Fritado em meio ao debate sobre pagamento de dividendos extraordinário para os acionistas da companhia, Prates publicou uma mensagem no X, ex-Twitter, para dizer que vai deixar a petroleira na noite desta quinta-feira, 4, mas apenas para jantar, e volta amanhã.
Na postagem, que reproduz uma conversa de WhatsApp, Prates estaria respondendo à pergunta “Jean Paul vai sair da Petrobrás?”. O presidente da Petrobras faz questão de acentuar o nome da empresa, apesar de esse acento ter sido oficialmente derrubado na década de 1990, no processo de internacionalização da petroleira.
A resposta diz o seguinte: “Acho que após ás 20h02. Vai para casa jantar… E amanhã às 7h09 ele estará de volta na Empresa, pois sempre tem a agenda cheia”.
Mercadante no aquecimento
A aparente confiança do presidente da Petrobras contrasta com o surgimento do nome de Aloizio Mercadante para ocupar seu lugar. O governo Lula estaria disposto a lidar com a resistência do mercado para harmonizar as relações entre o comando da estatal e o governo.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitiu em entrevista na quarta-feira, 3, que existe um conflito entre ele e Prates. O episódio mais recente da disputa interna foi a discussão sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras.
Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram, diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos em energia limpa.
Além dos conflitos com o ministro de Minas e Energia, aliados de Prates admitem que o presidente da Petrobras é alvo de “fogo amigo”, inclusive do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Apesar disso, Prates mantém o apoio de lideranças do PT, de senadores da base de Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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