Um Pix para os fugitivos de Mossoró
Polícia Federal afirmou que os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró recapturados nesta quinta-feira, 4, receberam dinheiro vindo de uma transação online. Segundo Lewandowski, eles tentavam deixar o país
A Polícia Federal afirmou que os dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, receberam dinheiro vindo de uma transação via Pix antes de serem recapturados nesta quinta-feira, 4 de abril.
A informação é do Globo.
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça receberam um 5.000 reais em dinheiro vivo do mecânico Ronaildo da Silva Fernandes, que abrigou a dupla por sete dias, no final de fevereiro, em uma fazenda na fronteira do Rio Grande do Norte com o Ceará.
Ronaildo afirma ter tido a família feita de refém pelos criminosos.
Segundo as investigações da PF, a origem dos 5.000 reais seria de um Pix feito ao mecânico.
O autor da transação eletrônica se chama Roberto Paulo Santos e é morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
A PF afirma que “foi possível identificar uma rede de apoio constituída provavelmente por lideranças do Comando Vermelho para manterem os foragidos longe do alcance da Justiça”.
Leia também: Comando Vermelho do Rio adota fugitivos de Mossoró
Recaptura dos bandidos
A Polícia Federal anunciou nesta quinta-feira, 4, a recaptura dos dois fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles foram encontrados na cidade de Marabá, no estado do Pará.
Em nota, a Polícia Federal informou:
“Na tarde desta quinta-feira, 4, em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson Nascimento.”
Após 50 dias de intensa busca, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, foram encontrados e detidos. De acordo com informações da Globo, a dupla será transferida de volta para Mossoró.
A recaptura dos fugitivos envolveu uma força-tarefa composta por autoridades locais e federais, como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado. A Força Nacional também foi acionada para auxiliar na operação, mas se retirou da força-tarefa em 30 de março após 46 dias de busca. A partir desse momento, as buscas passaram a ser focadas em ações de inteligência, de acordo com o Ministério da Justiça.
Segundo um levantamento da GloboNews, a operação envolvendo as forças federais teve um custo total de R$ 2,1 milhões aos cofres públicos. Dessa quantia, R$ 497.812 foram destinados à Polícia Federal, R$ 372.218,62 para a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e R$ 1.245.549 para a Força Nacional.
Fuga dos criminosos
Os dois presos, originários do Acre, estavam na unidade desde setembro de 2023 e eram membros da facção criminosa Comando Vermelho. A fuga ocorreu no dia 14 de fevereiro, quando os detentos abriram um buraco atrás de uma luminária e cortaram duas cercas de arame utilizando ferramentas provenientes de uma obra em andamento no local.
Esta foi a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que engloba penitenciárias em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). A segurança dessas unidades tem sido alvo de atenção especial por parte das autoridades, visando evitar a ocorrência de novas fugas.
Exterior
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (foto), os fugitivos tentavam sair do Brasil.
“Eles foram presos a cerca 1,6 mil quilômetros do local da fuga, o que demonstra que obviamente foram ajudados por criminosos externos, e tiveram portanto auxílio de seus comparsas das organizações criminosas as quais eles pertenciam”, disse o ministro em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 4.
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