Família de comediante morto faz acordo sobre uso de imagem por IA
O acordo exige que a ré tire o especial do ar e se abstenha de utilizar a imagem, voz ou semelhança de George Carlin sem autorização prévia
A disputa envolvendo a família do comediante George Carlin e a empresa Dudesy, sobre o uso de inteligência artificial para replicar a imagem do humorista em um especial chamado “George Carlin: I’m Glad I’m Dead”, foi resolvida. O acordo exige que a Dudesy remova o especial e se abstenha de utilizar a imagem, voz ou semelhança de Carlin sem autorização prévia.
Iniciado em janeiro, o processo questionava a ética e a legalidade na utilização da IA para “ressuscitar” personalidades falecidas, sem consentimento dos detentores dos direitos autorais. A família de Carlin, na ação judicial, além da remoção do conteúdo, demandava reparação por danos.
Dudesy, focada em conteúdo gerado por IA e com nomes como o comediante Will Sasso e o escritor Chad Kultgen à frente, recebeu críticas de Kelly Carlin. A filha do humorista agradeceu a retirada do vídeo e destacou o episódio como um alerta sobre os riscos das novas tecnologias para o setor criativo.
George Carlin, que morreu em 2008 aos 71 anos, é lembrado por sua abordagem crítica à sociedade e política em seu trabalho. O especial em questão prometia novas piadas, supostamente no estilo de Carlin, utilizando IA para analisar seu material gravado anteriormente.
Após o término do processo, foi revelado que, contrariamente às afirmações iniciais de ser uma obra gerada totalmente por inteligência artificial, o conteúdo foi escrito por humanos. A admissão veio de um representante do podcast processado, esclarecendo que o especial foi uma criação de Chad Kultgen.
Quem foi George Carlin
George Denis Patrick Carlin (1937-2008) foi um influente humorista, comediante de stand-up, ator e autor americano, reconhecido por seu humor negro e reflexões profundas sobre política, sociedade, religião, e uma variedade de temas tabus.
Sua carreira se estendeu de 1956 a 2008, durante a qual ele recebeu cinco Grammys e se estabeleceu como uma voz crítica na comédia americana. Carlin é lembrado por abordar assuntos controversos com um estilo único, misturando humor observacional com crítica social afiada.
Seu trabalho pioneiro, ao lado de Lenny Bruce, inclui o notório monólogo “Seven Dirty Words”, que desafiou as convenções e levou a questões legais significativas sobre a liberdade de expressão. Carlin também fez contribuições significativas à televisão, filmes e literatura, deixando um legado duradouro como um dos comediantes mais importantes e influentes.
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