Política fiscal do governo é um desastre em câmera lenta Política fiscal do governo é um desastre em câmera lenta
O Antagonista

Política fiscal do governo é um desastre em câmera lenta

avatar
Rodrigo Oliveira
3 minutos de leitura 03.04.2024 10:50 comentários
Análise

Política fiscal do governo é um desastre em câmera lenta

Enquanto procura culpados pela falta de responsabilidade com as contas públicas, equipe econômica deixa de atuar no que controla: a despesa

avatar
Rodrigo Oliveira
3 minutos de leitura 03.04.2024 10:50 comentários 0
Política fiscal do governo é um desastre em câmera lenta
Foto: Teste de colisão (Reprodução)

Na luta para manter viva a ideia de que será possível zerar o déficit primário sem cortar gastos, a equipe econômica do governo Lula tenta agora culpar o Congresso Nacional pela própria incompetência.

Quando vendeu a ideia do novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos, a promessa era reduzir a dívida pública cuidando para que o governo gastasse apenas aquilo que arrecadasse em 2024 (déficit) e menos ainda nos anos seguintes (superávits).

Cortar ou otimizar gastos, no entanto, nunca esteve entre as estratégias. Fernando Haddad, Simone Tebet e Esther Dweck sempre deram como certo que a mão invisível do Estado alcançaria mais fundos nos bolsos dos brasileiros.

Culpa terceirizada

Agora, confrontados com a realidade de uma sociedade extenuada pela sanha arrecadatória do Estado brasileiro trabalham para terceirizar a culpa e não para resolver o problema. Ora, o brasileiro viu os gastos primários da União como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) passarem de 14,7% no último ano do mandato de Fernando Henrique Cardoso, para 19,3% do PIB no ano passado.

Será que a solução é arrecadar mais mesmo?

Claro! Vocifera Fernando Haddad, escondido atrás de narrativas sobre os super-ricos e outros slogans marqueteiros. Obviamente, ninguém é contra que aqueles que ganham mais, paguem mais. Ótimo seria, no entanto, que esse acréscimo à base arrecadatória tornasse o peso dos tributos um pouco menor para todos.

Ouvidos moucos

Agora, direciona a conversa para a “culpa” do Congresso Nacional que aprovou as metas fiscais, mas não se esforça para fazer as contas fecharem. A equipe econômica faz ouvidos moucos ao claro recado de que o governo tem de atuar na ponta que controla: a despesa.

Cortar despesas, no entanto, continua um tabu. Em fala recente, a recém-convertida Simonte Tebet apreciava a possibilidade de abertura de crédito extraordinário no orçamento para possibilitar o aumento dos salários do funcionalismo público. É o equivalente a contratação de uma despesa vitalícia de 50 reais mensais após encontrar uma nota de 100 reais na calçada.

Não haverá déficit zero em 2024. Nem superávit primário em 2025. Tudo que o governo tenta controlar agora é quem será o culpado pela ideia ruim e pela execução pior. Até lá, o brasileiro assistirá a tudo como se fosse um acidente de carro em câmera lenta.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Os acertos e omissões do New York Times sobre STF, Lava Jato e fake news

Visualizar notícia
2

Dino manda Prefeitura de SP limitar preços em cemitérios privatizados

Visualizar notícia
3

JBS e Masterboi aderem a boicote ao Carrefour

Visualizar notícia
4

E Mujica não mudou o mundo

Visualizar notícia
5

Hezbollah dispara mais de 160 mísseis contra Israel

Visualizar notícia
6

Hezbollah intensifica ataques com mísseis e deixa feridos em Israel

Visualizar notícia
7

“Ucrânia não é um campo de testes de armamento”, diz Zelensky

Visualizar notícia
8

MBL fará prévia entre Arthur do Val e Cristiano Beraldo para 2026

Visualizar notícia
9

Israel denuncia assassinato de rabino nos Emirados Árabes

Visualizar notícia
10

França reitera apoio à Ucrânia e defende uso de mísseis contra Rússia

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

EUA condenam cerco de Maduro à embaixada da Argentina

Visualizar notícia
2

Rússia envia mercenários do Iêmen para guerra na Ucrânia

Visualizar notícia
3

Emirados Árabes prendem suspeitos de assassinato de rabino israelense

Visualizar notícia
4

Rodolfo Borges na Crusoé: Mike Tyson e o mar

Visualizar notícia
5

MBL fará prévia entre Arthur do Val e Cristiano Beraldo para 2026

Visualizar notícia
6

Os acertos e omissões do New York Times sobre STF, Lava Jato e fake news

Visualizar notícia
7

Josias Teófilo na Crusoé: Cultura de fim de semana

Visualizar notícia
8

JBS e Masterboi aderem a boicote ao Carrefour

Visualizar notícia
9

Hezbollah intensifica ataques com mísseis e deixa feridos em Israel

Visualizar notícia
10

Pente-fino do INSS (24/11): Confira seus resultados e impactos

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

arcabouço fical economia Esther Dweck Fernando Haddad Meta fiscal Simone Tebet
< Notícia Anterior

Rebel Wilson revela uso de Ozempic: Luta, pressão e aceitação

03.04.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

O atropelamento chocante de um jogador de futebol em Arujá

03.04.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Rodrigo Oliveira

Jornalista pela UnB (Universidade de Brasília), pós-graduado em Marketing &amp; Mídias Digitais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especializado em finanças e negócios. É Analista de Valores Mobiliários (CNPI) certificado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) com quatro anos de experiência profissional no mercado financeiro.

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Os acertos e omissões do New York Times sobre STF, Lava Jato e fake news

Os acertos e omissões do New York Times sobre STF, Lava Jato e fake news

Felipe Moura Brasil Visualizar notícia
E Mujica não mudou o mundo

E Mujica não mudou o mundo

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Como fazer amigos (no governo Lula) e influenciar pessoas

Como fazer amigos (no governo Lula) e influenciar pessoas

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Os militares tiveram sua chance

Os militares tiveram sua chance

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.