Será o fim da era Marcola no PCC?
O promotor Lincoln Gakiya afirmou ao 'Metrópoles' que essa é a primeira ameaça real a Marcola desde que ele assumiu o controle da facção criminosa, em 2002
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, acredita que o racha na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ser o fim da era de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, à frente da facção criminosa.
Para Gakiya, que investiga o PCC há duas décadas, essa é a primeira ameaça real a Marcola desde que ele assumiu o controle da facção, em 2002.
“Na prática, o PCC rachou e, desta forma [ameaça seu líder], isso nunca aconteceu desde que Marcola tomou o poder, lá em 2002”, afirmou o promotor em entrevista ao Metrópoles.
“O PCC nunca mais será o mesmo depois desse racha”, acrescentou.
O racha no PCC
O MP-SP apura um suposto racha entre as lideranças do Primeiro Comando da Capital. Segundo informações interceptadas pelo Gaeco, membros da cúpula do PCC comunicaram, em fevereiro, a expulsão de três integrantes de alto escalão da organização: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.
“Esses caras [Tiriça, Abel Vida Loka e Andinho] ajudaram a fazer o PCC crescer, com eles todos na liderança. É gente do topo da pirâmide, parceiros muito próximos que, agora, são inimigos”, disse Gakiya.
Tiriça, que era o número dois na hierarquia do PCC, ficou insatisfeito com uma conversa gravada entre Marcola policiais penais da Penitenciária Federal de Porto Velho, na qual o chefe da facção criminosa paulista atribuiu ao comparsa a responsabilidade por atentados contra agentes públicos.
O áudio foi utilizado na condenação de Tiriça a 31 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR), em maio de 2017.
Após obterem acesso à gravação, Tiriça, Vida Loka e Andinho passaram a ver Marcola como delator.
Primeiro Comando Puro
Os rivais de Marcola articulam a criação do Primeiro Comando Puro, uma nova facção criminosa em São Paulo que pode se aliar ao Comando Vermelho (CV) do Rio de Janeiro para fazer frente ao PCC e quebrar a hegemonia do grupo de Marcola no tráfico internacional de drogas.
A nova facção criminosa poderá ser uma espécie de Terceiro Comando Puro (TCP), dissidência do CV aliada ao PCC no estado fluminense.
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