Em um movimento que destaca as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a China, membros do congresso americano de ambos os partidos estão pedindo a inclusão de sete empresas chinesas de biotecnologia em uma lista do Departamento de Defesa. Esta lista aponta firmas consideradas de estar trabalhando em conjunto com o exército chinês. O pedido foi feito em uma carta datada de 29 de março, evidenciando uma preocupação bipartidária sobre o uso potencial da biotecnologia para fins militares por parte de Pequim.

As preocupações específicas expressas pelos legisladores envolvem o risco de a China poder “criar patógenos sintéticos” para obter vantagens militares. Esta carta, endereçada ao Secretário de Defesa Lloyd Austin, ilustra a urgência vista pelo Comitê Selecionado sobre o Partido Comunista Chinês, representando um sinal claro da ansiedade de Washington em relação ao setor de biotecnologia chinês.

O que significa estar na lista do Pentágono?

Estar nesta lista não traduz em proibições imediatas para as empresas citadas. Contudo, pode afetar significativamente as reputações das firmas e serve como um aviso para as empresas americanas que consideram fazer negócios com elas. Além disso, aumenta a pressão sobre o Departamento do Tesouro para sancioná-las.

Empresas visadas e alegações

Entre as empresas que Gallagher e Krishnamoorthi querem incluir na lista estão Innomics e STOmics, alegadamente subsidiárias do grupo BGI, previamente adicionado à lista em 2022. O relatório de 2021 da Reuters que destacava vendas globais de testes pré-natais pela BGI, desenvolvidos em colaboração com o exército chinês, levantou preocupações sobre a coleta de dados genéticos em larga escala.

BGI rejeita as alegações, afirmando não ser controlada pelo governo chinês ou militar e respeitar os direitos humanos. Outras empresas mencionadas incluem Origincell, envolvida em operações de armazenamento bio-celular e supostamente ligada ao exército, e Vazyme Biotech, especializada em compostos bioativos, também suspeita de ter investidores com laços militares.

Enquanto os EUA aumentam seu escrutínio sobre atividades chinesas, tanto o Departamento de Defesa quanto as empresas envolvidas ainda não responderam aos pedidos de comentário sobre esta questão. Este caso ressalta a natureza cada vez mais delicada da competição tecnológica global e questões de segurança nacional que permeiam o desenvolvimento e a exploitação da biotecnologia.

Outras implicações internacionais

Além dessa questão, o Departamento de Estado dos EUA expressou preocupações sobre condenações de defensores dos direitos humanos no Vietnã, um movimento que sublinha as tensões geopolíticas na região asiática. O governo americano está apelando ao Vietnã para que respeite as liberdades de expressão, associação e religião, em meio a convicções crescentes de defensores dos direitos desde janeiro.

A crescente atenção dos EUA sobre as empresas chinesas de biotecnologia e as relações complexas na Ásia evidenciam os desafios diplomáticos e de segurança enfrentados. Enquanto Washington busca balancear concorrência e cooperação, a região permanece um ponto focal para observadores globais.